Juros do rotativo do cartão de crédito aumentam para 274% ao ano

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 26 de setembro de 2018 às 11:53
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:02
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Os consumidores que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros mais caros em agosto

Os consumidores que caíram no
rotativo do cartão de crédito pagaram juros mais caros em agosto. A taxa média
do rotativo do cartão de crédito subiu 2,6 pontos percentuais em relação a
julho, chegando a 274% ao ano.

Esses dados foram divulgados nesta
quarta-feira, 26 de setembro, pelo Banco Central (BC), em Brasília. A taxa média
é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.

No caso do consumidor adimplente, que
paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a
250,3% ao ano em agosto, com redução 1,8 ponto percentual em relação a julho.

Já a taxa cobrada dos consumidores
que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não
regular) subiu 6,1 pontos percentuais, indo para 291,3% ao ano.

O rotativo é o crédito tomado pelo
consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O
crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras
parcelam a dívida.

Em abril, o Conselho Monetário
Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de
crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa
regra entrou em vigor em junho deste ano.

Mesmo assim, a taxa final cobrada de
adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à
cobrança os juros pelo atraso e multa.

A taxa de juros do cheque especial
ficou estável em agosto comparada a julho em 303,2% ao ano. Assim continua a
ser a menor taxa desde março de 2016, quando estava em 300,8% ao ano.

As regras do cheque especial mudaram
em julho. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que
utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram
a receber a oferta de um parcelamento, com taxa de juros menores que a do
cheque especial definida pela instituição financeira.

Modalidades
caras

As taxas do cheque especial e do
rotativo do cartão são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos
bancos. A do crédito pessoal, por exemplo, é mais baixa: 121,4% ao ano em
agosto, mesmo com o aumento de 2,9 pontos percentuais em relação a julho. A
taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) recuou 0,4
ponto percentual, indo para 24,5% ao ano em agosto.

A taxa média de juros para as
famílias caiu 0,2 ponto percentual para 51,8% ao ano. A taxa média das empresas
também recuou 0,2 ponto percentual, atingindo 20,4% ao ano.

Inadimplência

A inadimplência do crédito,
considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, ficou estável em
5%. No caso das pessoas jurídicas, houve recuo de 0,1 ponto percentual para
3,3%. Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para
emprestar o dinheiro captado no mercado.

No caso do crédito direcionado
(empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos
setores habitacional, rural e de infraestrutura) os juros para as pessoas
físicas permaneceram em 7,8% ao ano.

A taxa cobrada das empresas subiu 0,2
ponto percentual para 9,4% ao ano. A inadimplência das pessoas físicas segue em
1,9% e das empresas subiu 0,2 ponto percentual para 1,6%.

Saldo
dos empréstimos

Em agosto, o estoque de todos os
empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,155 trilhões, com aumento de
1% no mês e de 2,1% no ano. Em 12 meses, a expansão chegou a 3,4%.

Esse estoque do crédito corresponde a
46,7% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – com aumento
de 0,2 ponto percentual em relação a julho.


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