Junho Vermelho destaca a importância da doação de sangue com campanha

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de junho de 2019 às 19:24
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:36
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Período costuma registrar quedas significativas nos estoques dos bancos de sangue, públicos e privados

O mês de junho é tipicamente o período que as
temperaturas começam a cair, propiciando aumento da incidência de infecções
respiratórias, além da temporada de provas em universidades, escolas e do
início das férias escolares.

Por isso é o período em que se costuma registrar
quedas significativas nos estoques dos bancos de sangue, públicos e privados.
Para destacar a importância da doação de sangue nesse momento do ano, começou
no último sábado, 1º de junho, a campanha Junho Vermelho.

A campanha iluminará com a cor vermelha, durante
todo o mês, instituições públicas e privadas, prédios históricos e monumentos
em diferentes localidades do país. Serão feitas ações especiais durante a
semana do Dia Mundial do Doador de Sangue, que é comemorado no dia 14 de junho.
Lançada no estado de São Paulo, a campanha Junho Vermelho ganhou status
de lei estadual em 15 de março de 2017 (nº 16.386) e passou a ser promovida em
todo o país.

Segundo a fundadora do Eu Dou Sangue, Debi Aronis,
a ideia de criar o movimento veio depois de seu pai precisar de sangue devido a
uma doença delicada e de perceber que o período estava com estoques baixos nos
hemocentros e hospitais. “Somente aqueles que enfrentam uma dificuldade e
precisam da doação para que familiares ou amigos possam sobreviver sabem da
importância desse ato. É um pequeno gesto, individual e gratuito, mas com
consequências expressivas”.

Debi explicou que o fato de as pessoas estarem
menos propensas a sair de casa não diminui, e por vezes até aumenta, a rotina
dos hospitais que atendem desde vítimas de acidentes de trânsito e da violência
urbana até os portadores de doenças que requerem transfusões sanguíneas como
câncer, anemia falciforme e outras patologias, incluindo os procedimentos
cirúrgicos de alta complexidade, como transplantes e cirurgias cardíacas.
“É importante ressaltar que a demanda de sangue permanece inalterada,
apesar da redução da oferta nos estoques dos hemocentros”.

De acordo com uma pesquisa feita em 2017 pelo Eu
Dou Sangue em parceria com o Instituto Datafolha, cerca de 92% dos brasileiros
disseram não ter doado sangue entre junho de 2016 e junho de 2017. 

De acordo com o levantamento, além do recesso e do
clima mais frio, feriados e dias chuvosos também impactam negativamente os
hemocentros, que costumam registrar queda de 30% em seus estoques no período.

Os dados também mostraram que 39% dos brasileiros
admitem não saber qual é seu tipo de sangue. O estudo, que ouviu 2.771
entrevistados em todo o país, mostrou que o desconhecimento é maior entre os
homens (44%) do que entre as mulheres (35%). Assim como a maioria dos jovens
(52%), na faixa dos 16 aos 24 anos, também desconhecem esse aspecto de seu
próprio corpo.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde
(OMS) é de que cada país tenha, entre 3% e 5% de sua população doadora de
sangue frequente. No Brasil, o índice fica em 1,8%, enquanto em alguns países
da Europa, cerca de 7%.


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