Juiz autoriza vender sede da falida Nilza: R$ 23,5 milhões para empregados

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de março de 2020 às 16:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:30
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Valor oferecido por transportadora será usado na quitação de débitos de 300 trabalhadores

​A Justiça homologou a venda da antiga sede da falida Indústria de Alimentos Nilza, em Ribeirão Preto (SP), por R$ 23,5 milhões para pagamento de dívidas trabalhistas com ex-funcionários.

A decisão autoriza a efetivação da proposta feita pelo grupo JV Naves para a compra do prédio com todo o maquinário e do terreno da empresa, que ocupam uma área de 242,2 mil metros quadrados. 

O valor é 56% abaixo do projetado pela massa falida e será quitado com o aporte imediato de R$ 5,8 milhões e 40 parcelas mensais de R$ 440,6 mil.

A JV Naves confirma a aquisição, mas prefere não dar detalhes por questões estratégicas.

O montante deve ser destinado ao pagamento dos débitos com 300 dos cerca de 1,2 mil ex-funcionários da empresa, que receberão 50% do que teriam de créditos com a empresa.

O percentual foi confirmado por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que deu prioridade ao pagamento dos trabalhadores em detrimento de acionistas que adquiriram a empresa antes do decreto de falência da indústria.

Quando fechou as portas em definitivo em 2012, a Nilza tinha uma dívida de aproximadamente R$ 650 milhões com fornecedores e credores. 

Sobre os valores ainda incide um desconto de 20%, aceito em assembleia pelos trabalhadores em 2017 para que recebessem de maneira antecipada.

Fundada em 2004, a Indústria de Alimentos Nilza chegou a processar 1,5 milhão de litros de leite por dia em três unidades e foi considerada um dos maiores laticínios do estado.


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