Jovens impulsionam disseminação da covid-19 nas Américas, diz Opas

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 26 de agosto de 2020 às 16:47
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:09
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Segundo diretora da organização, números de mortes e de casos dobraram na região

Carissa Etienne observa que os números de mortes e de casos dobraram na região nas últimas seis semanas

Os jovens estão impulsionando a disseminação do novo coronavírus nas Américas, disse a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, na terça-feira (25), observando que os números de mortes e de casos dobraram na região nas últimas seis semanas.

Em videoconferência com repórteres, Etienne criticou os governos que precipitaram as reaberturas econômicas, apesar dos dados que mostram o agravamento da pandemia. 

“Isso não é um bom sinal. Desejar que o vírus desapareça não funcionará”, disse ela, detalhando o que descreveu como  “desconexão real” entre a flexibilização das medidas de contenção e a disseminação contínua do vírus.

A Opas é o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, com sede em Washington.

Desde julho, os casos do novo coronavírus nas Américas mais do que dobraram, para cerca de 12 milhões de infecções confirmadas, enquanto as mortes dispararam, aproximadamente na mesma taxa de aceleração, para cerca de 450 mil, de acordo com dados da Opas.

Etienne disse que a grande maioria dos casos notificados de covid-19 nas Américas ocorreu entre pessoas de 19 a 59 anos, mas que quase 70% das mortes foram entre indivíduos com 60 anos ou mais. 

“Isso indica que os jovens estão, principalmente, impulsionando a propagação da doença em nossa região”, acrescentou.

O recente aumento de casos em vários países caribenhos, incluindo as Bahamas, também é uma preocupação crescente, afirmou Etienne, com novas infecções não apenas causadas pelo turismo, mas também pelo regresso de residentes.

Em geral, os governos devem basear suas decisões de reabertura nos melhores dados disponíveis, expandir a testagem e contratar programas de rastreamento para melhor identificar e controlar os picos dos casos, disse ela.

Seis dos dez países mais afetados do mundo são da América, lembrou Etienne, citando os Estados Unidos, o Brasil, México, a Colômbia, o Peru e a Argentina.


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