Investir ou pagar dívidas? O que devo fazer primeiro? A análise está no texto.

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 19:28
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:08
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Vale a pena investir mesmo se estiver endividado? Descubra agora, fazendo algumas contas que são básicas.

​Vários estudos mostram que o endividamento das famílias brasileiras vem aumentado nos últimos anos. 

Dados do Bacen divulgados em agosto apontam que cerca de 44% das famílias estão endividadas. Elas comprometem 25% da sua renda com o pagamento das dívidas, incluindo a compra da casa própria. 

Já em uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, cerca de 64% das famílias se declaram endividadas. 

Nessa pesquisa, elas indicaram que cerca de 30% de sua renda é destinada a dívidas.

O superendividamento já está sendo associado às doenças de fundo emocional como estresse e depressão. As pessoas que passam por isso, além das dívidas, acumulam preocupações.

Fazer um investimento para pagar as dívidas?

A resposta é: depende do tipo de investimento que você fizer. Para valer a pena fazer um investimento pensando em pagar uma dívida, este investimento precisa que:

  • renda mais do que os juros e encargos cobrados na dívida
  • possa ser resgatado num prazo mais curto do que o prazo do pagamento da dívida
  • o valor que você vai investir não pode ser obtido através de outra dívida (empréstimo). Nesse caso seriam duas dúvidas a quitar, a antiga e a nova. O risco de as dívidas crescerem e se tornarem “uma bola de neve” é enorme
  • o valor destinado ao investimento não pode impactar nas suas demais obrigações mensais ou elas também se tornarão débitos
  • as parcelas mensais de dívidas não podem deixar de ser pagas, pois os encargos sobre o débito aumentam.

Veja as taxas de juros médias das opções de crédito mais populares, divulgadas em 27 de novembro pelo Bacen:

Dificilmente um investimento pagará juros mais altos do que estes cobrados pelos bancos e financeiras. Principalmente investimento em Renda Fixa (menos arriscados), que costumam ser atrelados à taxa Selic (atualmente em 5,5%a.a.).

A maioria dos brasileiros (60%), têm dinheiro depositado na Caderneta de Poupança, pela facilidade de aplicação e isenção de IR. 

Atualmente ela é a opção de investimento com menor rentabilidade, cerca de 3,8%a.a. A partir de maio de 2012, a Poupança passou a render apenas 70% da Selic. 

A partir deste mês de setembro, a Selic foi reduzida de 6,0%a.a. para 5,5%a.a. Em dezembro, caiu ainda mais, para 4,5%. Portanto, nem pensar em colocar dinheiro na Poupança pensando em juntar para pagar uma dívida.

Aliás, quem tem dinheiro aplicado na Poupança a partir de maio de 2012 deve buscar outros investimentos para suas economias. 

Até mesmo para a formação de Reserva de Emergência ela deixou de ser uma boa opção, pela baixa rentabilidade. 

Outras opções em renda fixa, mesmo com incidência de Imposto de Renda e outras taxas, ainda rendem mais. 

É o caso de CDBs, Fundos DI e Títulos do Tesouro, principalmente os Pré-fixados e os atrelados à inflação (IPCA).

Os valores depositados na Poupança até maio de 2012 possuem rentabilidade mensal de 0,5%. Portanto, rendem 6,17%a.a. e mais a TR (que atualmente está zerada). 

Assim, quem tem depósitos antigos conta com uma rentabilidade acima de outros investimentos em Renda Fixa disponíveis hoje. 

É importante comparar essas taxas de rentabilidade antes de decidir tirar todo o seu dinheiro da Poupança.

Dicas para sair do vermelho: Fazer um orçamento mensal, reduzir custos, não fazer compras por impulso e planejar os gastos são algumas delas. Com essas ações você deve primeiro pagar as dívidas e depois começar a investir.

Se você encontrar um investimento que renda mais do que as taxas de juros do crédito, conta pra todo mundo!


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