Infarto mata mais do que câncer de mama: 30% do total de óbitos no Brasil

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  • Publicado em 20 de julho de 2019 às 21:29
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:41
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Chegada do inverno faz aumentar número casos de infarto e AVC em comparação com as demais estações

A
jornada de trabalho e a rotina da família acabam sobrecarregando especialmente
as mulheres, que na correria do dia a dia não dão importância aos primeiros
sintomas do infarto. As pacientes têm sinais diferentes dos homens. Elas sentem
indigestão, cansaço, fraqueza e dificuldades para respirar. E quando percebem a
gravidade, pode ser tarde demais. A doença já superou os óbitos causados por
câncer de mama, segundo estudos recentes. Uma pesquisa realizada pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC) em 2018 apontou que as doenças cardiovasculares
são responsáveis por 30% do total de mortes no País. De acordo com o estudo,
acidentes vasculares cerebrais (AVC) e infartos são as patologias que mais
afetam homens e mulheres no Brasil.

Com
a chegada do inverno, aumenta o número de casos de infarto e AVC em comparação
com as demais estações do ano, especialmente quando os termômetros registram
temperaturas inferiores a 14ºC. Isso acontece porque o nosso organismo exerce
mais esforço para manter o calor interno do corpo em 36ºC, aproximadamente. O
coração precisa fazer mais força para bombear o sangue, a pressão sanguínea
aumenta e as paredes dos vasos ficam com o calibre reduzido. Além de
sobrecarregar o órgão, isso pode desprender as placas de gordura localizadas no
interior das artérias, bloqueando o fluxo de sangue para o coração e para o
cérebro.

Entre
as principais causas do infarto estão: colesterol alto, hipertensão, tabagismo,
sedentarismo, obesidade, diabetes, estresse, uso de entorpecentes e histórico
familiar. Os sintomas incluem falta de ar, palpitações, sensação de aperto ou
dor no peito, desconforto no ombro, pescoço ou braços, suor frio, náuseas,
azia, vômito e palidez. Porém, idosos e mulheres nem sempre apresentam dores no
peito. Para combater a doença, além de tratar os fatores de risco é necessário
mudar completamente o estilo de vida, adotar hábitos alimentares saudáveis,
ingerir frutas, verduras, legumes, praticar atividade física regularmente,
parar de fumar, controlar o diabetes, colesterol e a pressão.

O
cardiologista André Feldman, coordenador de cardiologia do Hospital São Luiz
São Caetano e especialista da Rede D’Or São Luiz, reforça os primeiros cuidados
que as pessoas devem ter ao sentir os sintomas da doença. “Em casos de
infarto é extremamente importante manter a calma, não dirigir até o pronto-socorro
para evitar acidentes devido à queda de pressão ou desmaio, e não descuidar dos
sinais pensando que vai melhorar. Outra medida que pode ajudar a aliviar o
mal-estar até a chegada ao hospital mais próximo é mastigar duas aspirinas
infantis, se a pessoa não for alérgica à essa medicação e nem apresentar
sangramento”, recomenda o especialista.

Infarto x AVC
Muitas
pessoas também confundem algumas doenças e é importante entender a diferença
entre infarto, parada cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). O infarto
ocorre quando o fluxo de sangue que segue para o miocárdio é interrompido
temporariamente, causando danos no músculo cardíaco. É chamado de infarto agudo
do miocárdio, ou ataque cardíaco, e pode levar à morte. A parada cardíaca
acontece quando o coração para de bater subitamente desencadeado por uma
disfunção elétrica que faz o músculo bater de forma irregular, sofrendo uma
arritmia. Sem bater, o coração não manda sangue para o cérebro e nem para
outras partes do corpo.


o AVC pode ser isquêmico quando a circulação de sangue no cérebro é afetada
pelo entupimento de uma artéria. Já o hemorrágico ocorre quando há presença de
sangramento decorrente do rompimento de um vaso sanguíneo dentro do cérebro. Em
todos os casos é muito importante identificar os primeiros sintomas, receber o
socorro o mais rápido possível e o tratamento adequado para diminuir as chances
de morte e os riscos de ficar com as sequelas das doenças.

As
mulheres devem ficar mais atentas ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares,
pois acumulam mais placas de gordura na circunferência abdominal. As medidas
indicadas pelos especialistas são, no máximo, 88 cm para as mulheres e 102 para
os homens. Para controlar o peso, recomenda-se caminhar de quatro a cinco vezes
por semana por 30 minutos, no mínimo. Natação, hidroginástica e corrida também
são esportes que ajudam a manter o coração saudável.


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