Inadimplência do consumidor cresce 6,03% no mês de novembro

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 18:20
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:13
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País encerrou novembro com aproximadamente 63,1 milhões de brasileiros com o CPF negativado

Um levantamento
feito pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço
de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que o número de consumidores incluídos
na lista do SPC avançou 6,03% no último mês de novembro na comparação com o
mesmo período do ano passado. 

Segundo o estudo, o país encerrou novembro com
aproximadamente 63,1 milhões de brasileiros com o CPF negativado em virtude de
atrasos no pagamento de contas.

Segundo a entidade, trata-se do crescimento mais acentuado para
o mês nos últimos sete anos. Na variação mensal, isto é, na passagem de outubro
para novembro, também houve uma aceleração nos atrasos, com crescimento de 1,9%
no período.

De acordo com o estudo, a região que mais contribuiu para a alta
da inadimplência foi o Sudeste, cujo crescimento foi 12,5% no período. A região
concentra, numericamente, a maior população de inadimplentes no país: 26,72
milhões. Este número representa 40% dos consumidores – a região brasileira em
que há mais consumidores com contas em atraso, de modo proporcional à
população, é o Norte, com mais de 5,65 milhões de inadimplentes (47% da
população da região).

Nas demais regiões, o crescimento registrado foi 2,1% no Sul,
que já acumula 8,41 milhões de inadimplentes; 1,6% no Nordeste, onde a soma de
consumidores devedores é 17,22 milhões; e 1,4% no Norte. A única região que
registrou queda de brasileiros inadimplentes foi o Centro-Oeste, cuja recuo
verificado foi 2,7% (a soma de consumidores com o nome sujo na região é 5,09
milhões).

O indicador revela ainda que o crescimento da inadimplência é
mais expressivo conforme aumenta a idade do consumidor. O volume de idosos
entre 65 e 84 anos chegou a crescer 11,8% no mês de novembro. Entre os
consumidores com idade de 50 a 64 anos, o aumento registrado foi 8,5%. Na faixa
acima de 85 anos foi 7,7%; entre 40 e 49 anos, 7,1%; e 3,9% na faixa entre 30
e39 anos de idade.

Entre a população mais jovem, a inadimplência apresentou
retração em novembro, com a queda de 22,3% entre devedores de 18 a 24 anos e a
de 4,0% para os consumidores de 25 a 29 anos.

Tipos de dívidas

Outro dado do indicador revelou que as dívidas com instituições
financeiras continuam ocupando a maior fatia do total de dívidas que estão em
atraso no país: 51% das pendências são devidas a essas empresas. Logo depois
vem os serviços de comunicação (15%), crediário no comércio (17%) e contas de
água e luz (9%).

Na avaliação do SPC Brasil, apesar de a recessão ter chegado ao
seu fim, a inadimplência do consumidor continua elevada, pois a recuperação
econômica segue lenta e não se refletiu em melhora nos níveis de renda e nem em
queda considerável do desemprego.

O indicador de inadimplência do consumidor reúne todas as
informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil e a CNDL têm
acesso. Os dados disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades
da federação.


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