Imóveis usados de até R$ 300 mil são os mais vendidos há 8 meses

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  • Publicado em 9 de novembro de 2018 às 20:03
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:09
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Dificuldade de vender imóveis mais caros se deve à insegurança das famílias em assumir financiamento

Imóveis usados com preço final de até R$ 300 mil foram os mais vendidos no Estado de São Paulo – e isso pode ser visto em Franca – nos primeiros oito meses deste ano segundo mostram as pesquisas feitas mensalmente pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP) em 37 cidades, incluída a Capital. Com a exceção de maio, eles representaram 50% ou mais do total de unidades vendidas desde janeiro pelas imobiliárias consultadas.

Em agosto, que foi o quarto mês seguido de crescimento das vendas no Estado, casas e apartamentos usados enquadrados nessas faixas de preços somaram 53,47% das unidades negociadas pelas imobiliárias. O mês de maior participação desses imóveis no conjunto de vendas foi junho, com 56,57%, e maio o menor, com 48,83% (ver quadro abaixo).

De janeiro a agosto, as vendas acumulam saldo positivo de 35,17%, que não se refletiu nos preços – o Índice CreciSP, que mede o comportamento dos preços de imóveis usados e aluguéis residenciais, registrou alta de 4,05% em agosto, mas no ano o saldo é negativo em 3,9%.

As 980 imobiliárias que o CRECISP pesquisou em agosto venderam 7,36% a mais que em julho. Foram 57,51% do total em apartamentos e 42,49% em casas. Houve aumento de vendas em duas das quatro regiões que compõem a pesquisa: Capital (+ 22,07%) e Litoral (+ 8,72%). As vendas caíram 1,39% no Interior e 3,61% nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco.

“É uma mostra significativa do comportamento do mercado imobiliário paulista neste momento em que a Economia ainda está ensaiando a retomada pós-recessão”, avalia José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP. Segundo ele, a dificuldade em se vender imóveis de maior valor se deve à insegurança das famílias em assumir financiamento, ao custo dos encargos e dos juros embutidos nas prestações e à incerteza quanto à manutenção do emprego ou fonte de renda para honrar os empréstimos bancários.

“São fatores como esses que têm levado as pessoas a optar pela troca de espaço por preço e, sempre que possível, por pagamento à vista ou em poucas parcelas, numa espécie de financiamento informal bancado pelos próprios donos dos imóveis”, explica Viana Neto. Ele ressalva que, em muitos casos, se trata não de opção, mas de única alternativa de acesso à casa própria “devido às dificuldades de acesso e ao custo dos financiamentos bancários”.

O presidente do CRECISP também alerta para a avaliação que deve fazer quem estiver pensando em investir em imóveis para revender mais à frente. “Essas são as faixas de preço que devem ser focadas porque, pelo menos a curto e médio prazos, sem a forte retomada do crescimento, são elas que devem concentrar a venda da maioria dos imóveis”, afirma Viana Neto.

Imóveis usados de até R$ 300 mil

Estado de SP – Janeiro a Agosto

Mês

% sobre vendas totais

Janeiro

51,63%

Fevereiro

54,63%

Março

50,62%

Abril

53,36%

Maio

48,83%

Junho

56,57%

Julho

50,67%

Agosto

53,47%

Vendas à vista

As vendas feitas à vista somaram 47,69% das transações de imóveis usados formalizadas em agosto nas 980 imobiliárias das 37 cidades do Estado consultadas pelo CRECISP. Os financiamentos somaram 43,06% e os imóveis vendidos com pagamento parcelado pelos donos dos imóveis, 8,67%. A participação dos consórcios foi reduzida, de 0,58% sobre o total de vendas.

Segundo a pesquisa CRECISP, os descontos que os donos dos imóveis concederam foram em média de 8,69% para aqueles situados em área nobres, de 7,99% para os de bairros centrais e de 10,29% para os de bairros periféricos.

Locação de residências

cresce 5,03% em agosto

A locação de imóveis residenciais no Estado de São Paulo cresceu 5,03% em agosto comparado a julho, segundo pesquisa feita com 980 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP). Foram alugados 54,37% do total em casas e 45,63% em apartamentos. No ano, o crescimento acumulado de novos contratos de aluguel chega a 13,06%.

Inquilinos devolveram a essas imobiliárias casas e apartamentos por motivos financeiros (48,68%) ou por outros motivos como mudança de bairro ou cidade (51,31%), num total que representa 81,35% das novas locações.

O CRECISP apurou em agosto crescimento nas quatro regiões que compõem a pesquisa estadual. Comparando-se com julho, ele foi de 10,27% na Capital; de 2,18% no Interior; de 8,22% no Litoral e de 3,21% nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco.

Descontos de até 12,36%

Para alugar suas casas e apartamentos, os proprietários concederam descontos sobre os aluguéis iniciais de 11,65% em bairros de áreas nobres, de 12,36% em bairros de áreas centrais e de 10,96% em regiões mais distantes do centro, na periferia das cidades.

Segundo a pesquisa CRECISP, a maioria das novas locações residenciais – 54,71% – custará aos inquilinos até R$ 1.000,00. Eles preferiram casas e apartamentos em bairros centrais das 37 cidades (71,34%) aos de bairros nobres (6,69%) e de bairros da periferia (21,97%).

A inadimplência ficou estável em agosto, segundo informaram as 980 imobiliárias pesquisadas. Estavam em atraso com o pagamento 5,24% dos inquilinos, percentual 0,48% maior que os 5,22% de julho.

A pesquisa CRECISP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.


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