Hepatite A: como prevenir a doença cuja incidência cresceu 960% em São Paulo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de novembro de 2017 às 10:11
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:26
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Número de casos registrados de janeiro até outubro tem crescimento alarmante comparado a 2016

De acordo com a Secretaria de Saúde, até 28 de outubro de 2017, foram registrados 604 casos, enquanto no mesmo período do ano passado foram reportados apenas 57. Com o aumento

A doença é infecciosa, causada pelo vírus VHA e é caracterizada pelo desenvolvimento de um processo inflamatório no fígado.

A disparada da hepatite A na capital paulista vem sendo atribuída principalmente à prática de sexo oral e anal sem proteção, além da ingestão de alimentos e água contaminados.

A maioria das ocorrências foi registrada entre homens de 18 a 39 anos – grupo que responde por 80% das contaminações.

Segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), pelo menos 45% dos casos foram transmitidos por meio de relações sexuais sem proteção. Outros 10% se deram pela ingestão de alimentos e líquidos contaminados. A forma de contágio dos 45% restantes ainda está sendo investigada.

A hepatite A não tem tratamento específico – os medicamentos disponíveis hoje se dirigem apenas aos sintomas da doença. Geralmente, o organismo é capaz de lutar contra o vírus sozinho e, nesses casos, ganha imunidade permanente.

Porém, em cerca de 1% dos casos, a doença pode evoluir para quadros graves, como a hepatite fulminante, que pode levar à morte.

Apesar de a hepatite A não ter cura, há formas de preveni-la. Algumas recomendações podem ajudar a evitar a doença:

– Verifique a procedência de líquidos e alimentos

A transmissão da hepatite A é oral-fecal. Sendo assim, a ingestão de alimentos e líquidos contaminados por resíduos de coliformes fecais é uma das formas mais comuns de se contrair a doença.

Por isso, preze pelo consumo de comidas e bebidas de estabelecimentos que tenham condições de higiene aprovadas por órgãos sanitários. Esse cuidado é fundamental para evitar a exposição ao vírus.

Na hora de beber água, escolha sempre a opção potável.

– Lave sempre as mãos

Como o vírus da hepatite A está presente nas fezes, outra recomendação importante é higienizar corretamente as mãos após ir ao banheiro.

Além disso, melhorias no sistema de saneamento básico também são essenciais para evitar a contaminação.

– Vacine-se

Desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente vacina contra hepatite A para crianças de até cinco anos. Grupos considerados de risco – como pessoas com doenças imunossupressoras, como hepatite B e C, e portadoras de HIV – também têm direito à vacina.

Sintomas

Os primeiros sintomas da hepatite A podem ser inespecíficos, semelhantes aos de um resfriado, como febre baixa, falta de apetite, enjoo, vômito, dor de barriga, desconforto abdominal e fraqueza. Mas podem evoluir para sintomas claros, que indicam possível contaminação.

Os sintomas específicos são a icterícia (cor amarelada) da pele e dos olhos e urina escura com cor de Coca-Cola. As fezes também podem se tornar esbranquiçadas ou acinzentadas. Com esses sintomas, a pessoa deve procurar um hospital.

O vírus da hepatite A se multiplica dentro das células do fígado. Ao combater o corpo estranho, o sistema imunológico acaba atacando o próprio órgão, o que pode levar à falência hepática. A condição demanda transplante emergencial e, em casos mais graves, pode levar à morte.

O diagnóstico da doença é feito por meio de exame laboratorial, que indica a presença do vírus.


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