Governo estadual inaugura obra que amplia segurança hídrica em SP e RJ

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de março de 2018 às 00:26
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:36
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Interligação Jaguari-Atibainha aumenta oferta de água para 39 milhões de pessoas

O governador Geraldo
Alckmin acionou no último sábado, 03 de março, os dispositivos que iniciaram as
operações da obra da Sabesp, que amplia a disponibilidade de água para 39
milhões de pessoas nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Com investimento de
R$ 555 milhões, financiado pelo BNDES, a Interligação Jaguari-Atibainha conecta
duas bacias hidrográficas distintas, permitindo transferir água de uma região
para a outra.

Neste mesmo dia, a obra começou a bombear água, em
operação assistida, em direção à represa Atibainha, que faz parte do Sistema Cantareira.

O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do
Estado de São Paulo, Benedito Braga, reforçou a importância do monitoramento
dos índices registrados nos sistemas. “Atualmente, nós podemos guardar mais
água aqui no Cantareira. Estamos com 52% de armazenamento. A transferência
dependerá dos níveis dos reservatórios e das chuvas que estão previstas paras
as duas regiões”, explica.

Abastecimento

Será possível transferir até 162 bilhões de litros
de água por ano para o Cantareira – volume equivalente a uma represa
Guarapiranga cheia. Dessa forma, haverá mais água disponível para o
abastecimento da capital e da Grande São Paulo. Além disso, a Região
Metropolitana de Campinas será beneficiada com a maior segurança hídrica no
Cantareira, já que essas cidades captam a água que é liberada da represa para o
Rio Atibainha, que avança pela região. “Agora, uma gota d’água que estiver em
um ou em outro reservatório poderá sair na torneira de um cidadão da Região
Metropolitana de São Paulo, de Campinas, do Vale do Paraíba ou mesmo no Rio de
Janeiro. É uma obra importante porque traz solidariedade entre diversas
comunidades: a água como objeto de união, e não de briga, algo raro no mundo”,
comemora o presidente da Sabesp, Jerson Kelman.

No sentido que começou
a operar, a água bruta captada da represa Jaguari, em Igaratá (Vale do
Paraíba), percorre um corredor de quase 20 quilômetros de adutoras e túnel até
chegar à represa Atibainha, em Nazaré Paulista. Serão até 5.130 litros de água
por segundo para o Cantareira. Essa vazão passará pela estação de tratamento e
será suficiente para abastecer 1,5 milhão de pessoas.

O sentido inverso está em fase final de construção.
Aproveitando o mesmo túnel e a mesma adutora, a água da represa Atibainha
poderá também ser bombeada até a represa Jaguari, que pertence à bacia do
Paraíba do Sul. Dessa forma, aumentará a segurança hídrica de todas as cidades
que captam água dessa bacia. Isso inclui o Vale do Paraíba e a Região
Metropolitana do Rio de Janeiro. Serão até 12.200 litros de água por segundo
nesse sentido.

Acordo

A interligação Jaguari-Atibainha é uma obra de
integração, que beneficia os dois maiores Estados do Brasil e a geração de
empregos em cidades tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro. Fez parte da
autorização para a construção um acordo histórico mediado por Luiz Fux,
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2015.

No acordo, os governos de São Paulo, Rio de Janeiro
e Minas Gerais acertaram as regras de uso da água da bacia do Paraíba do Sul, já
que ela abrange rios que cortam os três Estados. Uma das medidas adotadas para
garantir a oferta de água à população foi construir a interligação.

O projeto empregou 5,3 mil funcionários diretos e
indiretos. A escavação do túnel foi uma das partes mais complexas de todo o
trabalho. São mais de 6 quilômetros de extensão, cinco metros de altura e
quatro metros de largura, totalizando uma seção de 20 metros quadrados.

Foram mais de 160 profissionais, entre engenheiros,
geólogos, marteleiros, encarregados de frente, motoristas, eletricistas e
técnicos de meio ambiente divididos em três turnos de trabalho. Além do túnel,
a estrutura conta com mais 13,2 quilômetros de adutora subterrânea e seis
bombas que consomem energia elétrica que seria suficiente para atender
aproximadamente 120 mil pessoas.

A obra faz parte de um conjunto de ações
estruturantes da Sabesp para garantir o abastecimento à população, ao lado do
novo Sistema Produtor São Lourenço, que está em fase final de construção e já
com testes iniciais, e da captação do Rio Itapanhaú, cujo contrato de
instalação já foi assinado.


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