Governador da Nigéria visita Nova Serrana e faz parceria para importar de calçados

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de junho de 2017 às 18:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:14
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Objetivo foi estreitar o comércio bilateral entre Brasil e África, com abertura pela Nigéria

O ​governador de Abia, estado da Nigéria, Okezie Ikpeazu, esteve em Nova Serrana nesta segunda-feira (19) com uma comitiva durante viagem de negócios, cuja finalidade foi estreitar o comércio bilateral entre Brasil e África, com porta de abertura pela Nigéria. 

Uma equipe de governo permanece na cidade nesta semana para assinatura de memorando de intenção de parceria entre os países.

A visita da comitiva liderada pelo governador foi promovida pela Nibra Business and Footwear, empresa de assessoria em comércio, exportação e importação, em parceria com governo da Nigéria e a Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), o município desponta no cenário nacional com uma economia expressiva baseada no setor calçadista e a visita do governador nigeriano significa expressão internacional e reconhecimento da qualidade do produto.

Com um intérprete, o governador Okezie Ikpeazu visitou fábricas, conversou com lojistas, empresários e foi ainda à sede do Sindinova, onde conversou com o prefeito da cidade e outros políticos.

“O momento foi para que ele conhecesse de fato o que é produzido em Nova Serrana. Ele teve contato direto com os materiais, com os calçados finalizados e a impressão que ele deixou é de que gostou muito. Hoje a cidade é exposta para países da América do Sul como Colômbia, Bolívia, Peru, Argentina e, se fechada mais essa parceria, significará um impacto grande na economia local, com mais geração de emprego e renda”, destacou Pedro Gomes, presidente do Sindinova.

Em discurso, Okezie Ikpeazu demonstrou animação com a possibilidade. “Estou surpreso com a qualidade e com a receptividade das fábricas que nos abriram as portas. Queremos que Nova Serrana nos ajude a produzir melhor e a ser um polo calçadista mais competitivo”, declarou o governador, que garantiu, ainda, incentivos do governo para favorecer o processo de exportação, tais como isenção de impostos por cinco anos e concessão de terrenos para empresas interessadas em instalar sede no país Africano. 

Setor calçadista

Por diversas vezes o segmento calçadista colocou a cidade na contramão da crise. Mesmo diante do mau desempenho dos principais indicadores da economia, Nova Serrana se destacou no cenário econômico como a cidade que mais gerou empregos na indústria de transformação em 2016, no Centro-Oeste do estado, como apontam dados Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

E não por caso, o setor foi o que marcou Nova Serrana desde o início de sua fundação como município. Com 92.332 habitantes, segundo a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Nova Serrana é referência na produção de calçados para venda nacional e internacional. O Sindinova estima que o segmento gere mais de 20 mil postos de trabalho diretos e outros 21 mil indiretos no polo.

Nova Serrana conta com mais de 800 fábricas de calçados

Emprego e renda 

Segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Pedro Gomes, há algumas características especiais para a que cidade contabilize taxas positivas de desempenho na geração de emprego e renda. Uma delas é que a maioria das 800 empresas calçadistas são de pequeno porte e, por sua vez, não sofrem impactos significativos em momentos de recessão.

“Essa é uma característica especial pois essas empresas pequenas têm muita agilidade industrial e comercial. Nas épocas de crise como a que vem sendo registrada desde 2015 elas se superam diante de empresas maiores que acabam caindo diante de um mercado que não responde à altura de sua produção”, comentou.

Pedro destacou que a boa colocação do município diz respeito ao empenho de empresários locais que acreditam no potencial produtivo do mercado e atuam juntamente com o sindicato. “Em três anos saímos da posição de uma cidade que fabricava apenas produtos esportivos como os tênis e chuteiras para uma cidade onde hoje 70% da produção diz respeito a produtos femininos”, destacou

Nova Serrana  gera mais de 20 mil postos de trabalhos no setor calçadista



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