Golpistas se passam por Datafolha para clonar WhatsApp de vítimas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 31 de maio de 2020 às 22:01
  • Modificado em 29 de outubro de 2020 às 23:39
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Golpe tem ganhado novas versões e, desta vez, criminosos fingem fazer pesquisa sobre o novo coronavírus

​Os golpes para roubo de contas do WhatsApp estão cada vez mais presentes. Os criminosos sempre usam algum assunto de interesse humano para atrair as vítimas, como o auxílio emergencial do governo ou a distribuição de algum brinde, por exemplo.

Como não poderia deixar de ser, o alvo agora é a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). 

Relatos recentes indicam que os golpistas enviam um áudio se passando pelo Instituto Datafolha.

A mensagem questiona se alguém da família do usuário teve sintomas da doença. De acordo com pessoas que receberam o golpe, a linguagem é bem técnica, justamente para que muitos acreditem se tratar de algo oficial.

Ao fim do áudio, o criminoso informa que, para validar a pesquisa, é necessário que o usuário envie um código de seis dígitos recebido por SMS. 

Se os números forem informados, a conta do mensageiro é clonada e a vítima perde acesso ao aplicativo quase que imediatamente.

O suposto “código de seis dígitos” é, na verdade, o código de ativação da conta de WhatsApp do usuário, que é usado toda vez que o indivíduo troca de aparelho. 

Ele serve para identificar que a pessoa está tentando ativar uma mesma conta em outro dispositivo – normalmente acontece quando um smartphone novo é comprado, por exemplo.

Com o número de telefone clonado, os criminosos têm acesso à lista de contatos da vítima, podendo aplicar golpes para extorquir dinheiro ou conseguir algum outro benefício.

O motivo pelo qual muitas pessoas caem nesse golpe específico é que o Instituto Datafolha tem realizado pesquisas de Covid-19 durante o período da pandemia.

No entanto, todos os contatos para coleta de dados são feitos por telefone e não por mensagem de WhatsApp.

“Em momento nenhum, nas pesquisas do Instituto Datafolha, são enviadas mensagens de confirmação”, disse Mauro Paulino, diretor do Datafolha, em entrevista à Folha de São Paulo.

Como se prevenir?

Em primeiro lugar, a recomendação de diversos especialistas é de ativar o recurso de autenticação de dois fatores do WhatsApp. 

Isso adiciona uma senha de seis dígitos que deve ser informada em intervalos regulares pelo usuário.

Caso a vítima tenha informado o código recebido por SMS e não tenha a autenticação de dois fatores ativada, recomenda-se que desinstale e instale o aplicativo novamente o mais rápido possível. 

Com sorte, o criminoso ainda não ativou a conta em outro aparelho e nem ligou a segunda etapa de segurança. Com isso, é possível reaver o acesso.

Se, no pior dos casos, já não houver o que fazer, é importante entrar em contato com todos os familiares e amigos que podem ser alvos dos golpistas para avisar sobre o ocorrido. 

Ao avisá-los, é possível evitar que caiam em golpes aplicados por pessoas se passando pelo usuário.

Outra recomendação simples, mas evita muitos problemas: ler com atenção a mensagem recebida por SMS. 

Nenhum outro serviço, exceto o próprio WhatsApp, solicita um código de ativação para o aplicativo de mensagens. 

O texto especifica bem que se trata de uma sequência usada no mensageiro, não teria motivos para um instituto de pesquisas solicitá-lo.

Se mesmo após todos esses cuidados o pior acontecer, o próprio WhatsApp também deve ser notificado. 

Para fazer isso, basta que o usuário envie um e-mail para o endereço “[email protected]” com a seguinte frase no campo de assunto e no corpo do texto: “Perdido/ Roubado: Por favor, desative minha conta”. 

Além disso, é necessário incluir o número de telefone no formato internacional, ou seja, colocando o +55, seguido do DDD do estado e, por fim, o número de telefone.

*IG


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