Fóssil de dinossauro carnívoro mais antigo é encontrado no Brasil

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  • Publicado em 5 de janeiro de 2020 às 12:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:13
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Gnathovorax Cabreira, ou Mandíbula Voraz, um predador do período Triássico, viveu há mais de 230 milhões

Gnathovorax Cabreira, ou Mandíbula Voraz, tinha 1 metro e 70 de altura e chegava a 3 metros de cumprimento

Os extintos dinossauros passaram a ocupar o imaginário da população após a exibição de filmes como Jurrassic Park no cinema.

Tiranossauros Rex, Velociraptors e Dilophosaurus davam medo aos expectadores, pelo seu tamanho e ferocidade.

Mas uma descoberta da paleontologia brasileira, ciência que estuda os animais pré-históricos, vai ajudar a entender melhor estes grandes carnívoros que habitaram nosso planeta.

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria e da Universidade de São Paulo publicaram no mês de novembro um artigo com a descoberta de um dos fósseis de dinossauro mais antigos do mundo, um predador do período Triássico, que viveu há mais de 230 milhões de anos.

O professor da USP de Ribeirão Preto, Max Langer, que participou do estudo junto com pesquisadores gaúchos,  explica melhor como era o dinossauro.

O Gnathovorax Cabreira, ou Mandíbula Voraz, tinha 1 metro e 70 de altura e chegava a 3 metros de cumprimento, sendo um dos ascendentes direto dos grandes dinossauros carnívoros que vão surgir mais de 100 milhões de anos depois, como os temidos Tiranossauros, do período Cretácio.

A descoberta ocorreu na cidade de São João do Polêsine, no Rio Grande do Sul, e se destaca pelo estado de preservação dos ossos e por ter o esqueleto praticamente completo, uma raridade.

O alto grau conservação permitiu até a reconstrução por tomografias computadorizadas da morfologia do cérebro do animal.  Os detalhes anatômicos do cérebro revelaram características que são comuns em répteis predadores, como regiões bem desenvolvidas relacionadas ao equilíbrio e à visão. 

O fóssil, descoberto em 2014 no município de São João do Polêsine, no Rio Grande do Sul, é o mais bem preservado do tipo já encontrado no Brasil. Bastante completo, o esqueleto revela que o animal tinha dentes pontiagudos e munidos de serrilhas, assim como garras longas nos dedos das mãos, que ajudavam a capturar as presas. 

O professor Max Langer explica a importância do fóssil encontrado no Rio Grande do Sul.

O Gnathovorax Cabreira revela a importância da pesquisa arqueológica na região gaúcha da Quarta Colônia, que através do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica, vem descobrindo dezenas de fósseis nos últimos anos.

No Brasil, outras regiões importantes de pesquisas paleontológicas são a Chapada do Araripe, no sul do Ceará, a região entre o Triangulo Mineiro e o Oeste de São Paulo.


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