Financiamentos na Agrishow terão R$ 4,2 bilhões dos bancos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de abril de 2018 às 01:33
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:42
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Banco do Brasil projeta emprestar até 60% mais, índice quase 8 vezes maior que o crescimento esperado da feira

Pelo menos R$ 4,25 bilhões
estarão à disposição dos agricultores para compra de máquinas e implementos
durante a Agrishow 2018, feira internacional de tecnologia agrícola que começa
na segunda-feira, 30 de abril e segue até sexta-feira, 04 de maio em Ribeirão
Preto.

Essa é a soma dos montantes informados por cinco dos
seis bancos que patrocinam a feira. O Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico Social (BNDES) não anunciou a previsão de liberação. Afirmou, apenas,
por meio de sua assessoria de imprensa, que isso vai depender da demanda
durante o evento.

Esse total de recursos para financiamentos já é quase o
dobro do que a Agrishow movimentou em negócios em 2017: R$ 2,2 bilhões.
Enquanto os organizadores da feira esperam, oficialmente, um incremento de 8%
nos negócios nesta edição de 2018, os bancos estão mais otimistas.

Entre as instituições públicas, o Banco do Brasil prevê
a “melhor Agrishow da história”. Espera emprestar cerca de R$ 2 bilhões, com
taxa de juros variando de 2,5% a 8,5% ao ano. O número é 42,5% maior em
comparação com a Agrishow do ano passado, quando o volume contratado foi de R$
1,15 bilhão.

Mas o percentual de aumento pode chegar a 60%, segundo o
gerente executivo do banco, Antonio Banhara. “Estamos muito otimistas em
relação ao mercado, principalmente pelo que temos vivenciado nesses últimos
dois anos com os preços da soja, nossa principal cultura, que estão
extraordinários”.

A confiança é tanta que o banco montou, segundo ele, uma
estrutura para agilizar as operações. Terá uma equipe de 150 funcionários na
feira, sendo 12 exclusivamente para análise financeira. E ampliou,
antecipadamente, os limites de créditos de clientes. Para aqueles com menor
risco, não vai exigir outras garantias além do próprio equipamento adquirido. 

Privados e cooperativas

Os bancos privados, Santander e Bradesco, projetam emprestar,
juntos, cerca de R$ 2 bilhões – R$ 1 bilhão cada. Eles não informaram as taxas
de juros que serão praticadas.

O
Santander explica que a quantia, a mesma emprestada na edição de 2017, se refere
a créditos pré-aprovados, mas que novas propostas podem ser atendidas durante a
Agrishow, conforme a demanda. Se depender do otimismo e do desempenho em outras
feiras no país, a marca pode ser superada.

O
diretor de Agronegócios do banco Carlos Aguiar se baseia no crescimento das
principais feiras agropecuárias já realizadas no Brasil em 2018, de 25% em
média, para afirmar que a Agrishow deve acompanhar esse índice. “Temos a
percepção que a região de Ribeirão Preto reúne hoje as condições para ser um símbolo
do novo ciclo de retomada do crescimento econômico do Brasil. É um polo que
pode garantir ao Brasil protagonismo mundial na nova economia de baixo carbono,
com o RenovaBio, e isso tem um valor geopolítico fantástico. Acreditamos no
agronegócio e também no potencial de crescimento da região.”

Para
os créditos pré-aprovados, o prazo para pagamento dos financiamentos é de cinco
a dez anos, com isenção de taxa flat – que incide sobre o valor da compra –,
20% de entrada e também o próprio bem como garantia.

Já as cooperativas de crédito
participam da Agrishow com o Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do
Brasil) e com o Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo). Juntos, eles esperam
financiar perto de R$ 250 milhões.

Em 2017,
o estande do Sicoob disponibilizou R$ 142 milhões, divididos em três linhas de
consórcios e financiamentos. Para este ano, a perspectiva de crescimento é de
8% –, o que representaria um acréscimo de pouco mais de R$ 11 milhões em
recursos. Não foram informadas taxas de juros.

O
Sicredi, que afirma ter mais de 600 mil associados ligados ao agro, 90% deles
da agricultura familiar, anuncia que vai emprestar cerca R$ 100 milhões, com
taxas de 5,5% para equipamentos adquiridos pelo Pronaf (Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar), 7,5% pelo Pronamp (Programa Nacional
de Apoio ao Médio Produtor) e entre 6,5% e 7,5% para produtores que não se
enquadram nessas linhas.


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