Exportações caem e calçadistas vendem 4 milhões de pares a menos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de julho de 2018 às 16:34
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:51
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O principal destino do calçado brasileiro no primeiro semestre deste ano foi a vizinha Argentina

Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que no primeiro semestre as exportações caíram 6,7% em volume (de 59,36 milhões para 55,37 milhões de pares) e 7,9% em receita (de US$ 528,7 milhões para US$ 486,9 milhões) no comparativo com igual período de 2017. 

Segregando o mês seis, foram embarcados 8,6 milhões de pares por US$ 86,6 milhões, quedas de 15,5% e de 0,9%, respectivamente, em relação a junho do ano passado.

Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o fato não surpreende, já que está sendo verificado um arrefecimento das exportações desde abril. 

“A crise econômica brasileira e seu viés político afetou diretamente o setor, por conta das oscilações abruptas no câmbio e também fatores políticos, como a paralisação registrada em maio e que causou desabastecimento de insumos na indústria”, disse.

O dirigente afirma que, no início do ano, a perspectiva era muito mais positiva. “As incertezas brasileiras não permitem qualquer prognóstico, muito menos positivo”, lamenta, ressaltando que, se tiver alguma recuperação – por conta da participação nas feiras internacionais do segundo semestre -, ela só será sentida nos últimos meses do ano ou início de 2019. “A maior parte das vendas de primavera-verão, ponto forte das exportações brasileiras, já foram negociadas e não notamos melhora nos índices”, avaliou.

Destinos

O principal destino do calçado brasileiro no primeiro semestre foi a Argentina. No período, os argentinos compraram 5,5 milhões de pares por US$ 76,4 milhões, altas de 30,6% em volume e de 18,2% em receita no comparativo com igual ínterim de 2017. O segundo destino foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 5 milhões de pares por US$ 75,2 milhões, alta de 10% em volume e queda de 21,6% em receita em relação ao ano passado. O terceiro posto do período foi a França, que importou 3,5 milhões de pares por US$ 30,2 milhões, altas de 40,3% e 9,8%, respectivamente, no comparativo com igual período de 2017.

Importações

Movimento inverso fizeram as importações de calçados. No primeiro semestre entraram no Brasil 15,2 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 183 milhões, altas tanto em volume (16,8%) como em valor (5,2%) no comparativo com o mesmo período do ano passado. Somente no mês passado foram importados 2 milhões de pares por US$ 29,6 milhões, altas de 18,6% e de 6,2% em relação a junho de 2017.

As origens seguem sendo os países asiáticos. Vietnã (6 milhões de pares e US$ 101,3 milhões, altas de 13,4% e de 5,8%, respectivamente), Indonésia (1,9 milhão de pares e US$ 32 milhões, quedas de 3,4% e de 3,8%) e China (5,8 milhões de pares e US$ 22,2 milhões, altas de 38% e de 26,6%) encabeçam o ranking.

Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – a importação chegou a US$ 28,8 milhões, 46% mais do que no primeiro semestre de 2017. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.


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