Exportação de café deve ganhar força com a entrada da safra 2017/2018

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de junho de 2017 às 17:47
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:13
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Exportação de 3 milhões de sacas para baixo por mês não é normal para o país

Em maio, as exportações brasileiras de café verde e industrializado somaram 2,4 milhões de sacas, queda de 3,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. O volume ficou abaixo do que o segmento é capaz de embarcar, mas o cenário pode mudar com a entrada da safra 2017/2018, segundo o presidente do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Nelson Carvalhaes, na última sexta-feira (09). 

Segundo o  dirigente, a exportação de 3 milhões de sacas para baixo por mês não é normal para o país, que tem capacidade de embarcar entre 3 milhões e 3,5 milhões de sacas mensalmente. Porém, fatores climáticos ocorridos em 2016 influenciaram no rendimento das lavouras.  Apesar da queda registrada em maio na comparação anual, o resultado foi considerado positivo, uma vez que houve aumento de 9,9% sobre abril. 

“O resultado está dentro do cenário previsto para o período de entressafra. É um indício de que devemos fechar tanto o ano cafeeiro quanto o civil com bom desempenho”, disse.  A receita com as exportações alcançou US$ 418,9 milhões, alta de 13% na comparação, refletindo a valorização de 17,2% no preço médio do produto exportado, que ficou em US$ 171,84 por saca, em maio. 

Para Carvalhaes, a entrada da safra 2017/2018, que já está sendo colhida, vai permitir que os embarques melhorem no segundo semestre. “O sentimento do mercado é de que estoques de café se exauriram. E levará tempo para formar novos estoques devido à demanda mundial”, disse. 

Do total exportado em maio, 2,2 milhões de sacas foram de café arábica, um aumento de 1,3% em relação ao mesmo mês de 2016. Já as vendas externas do conilon caíram 71,3%, para 19 mil sacas. No acumulado do ano safra 2016/2017, as embarcações também recuaram sobre igual intervalo do ciclo anterior: foram exportados 30,7 milhões de sacas, uma redução de 7,3%. Já entre janeiro e maio deste ano, a redução na comparação com os cinco primeiros meses de 2016 foi de 8,2%, para 12,7 milhões de sacas. 

Diante dos números, a expectativa do Cecafé é que as exportações no ano fiquem estáveis em 34,2 milhões de sacas. Para o ano safra 2016/2017, que está se encerrando, a perspectiva é de decréscimo para entre 33,2 milhões e 33,4 milhões da temporada 2015/2016. 

Expectativa para a safra 2018/2019

Para o ano que vem, as expectativas são as melhores. De acordo com Carvalhaes, “se tudo correr bem com o clima, tudo indica que 2018/2019 será de uma boa safra, possível a atingir recordes de exportação.” O último foi em 2015, com 37 milhões de sacas embarcadas. 


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