Estudo mostra padrões e faz novo alerta sobre raios com a chegada do verão

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 18:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:05
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Estudo de laboratório em São José dos Campos aponta padrões vistos nos casos com vítimas

om a chegada do verão e as pancadas de chuva, o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sediado em São José dos Campos, começa nova campanha de alerta sobre os raios e seu potencial letal.

O Elat é pioneiro na América Latina em análise de descargas elétricas atmosféricas, conhecidas popularmente como raios. Esse núcleo de pesquisa também foi o primeiro a mostrar que o Brasil era o campeão mundial de raios, dada a sua posição geográfica equatorial e o tamanho de seu território.

O verão é o mês do maior número de acidentes durante todo o ano. O grupo analisou dados relativos às 1.792 mortes por raios constatadas durante os últimos 15 anos, entre 2000 e 2014. Segundo o coordenador do laboratório, Osmar Pinto Júnior, há sempre campanhas para que as pessoas se protejam das descargas e evitem o aumento no número de vítimas.

Mais ocorrências

São Paulo é o estado com maior número de vítimas, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Nos Estados que têm base econômica agrária, as vítimas são geralmente ligadas a atividades exercidas no campo. As atividades agropecuárias lideram em número de vítimas. As mortes no campo são 25% do total de óbitos por raio no País.

No primeiro dia do ano, um vídeo exibido nas redes sociais mostrou uma jovem andando na praia em Itanhaém, no litoral paulista, durante uma tempestade no final de tarde, quando recebeu uma descarga elétrica. Ela teve parada cardiorrespitória e está internada em estado grave.

Em janeiro de 2014, no Guarujá e na Praia Grande, cinco pessoas morreram instantaneamente com raios no mar. A água salgada é excelente condutora de energia, que caminha por quilômetros na superfície marítima sem perder intensidade.

A maior parte dos estudos sobre o aquecimento global mostra que o aumento das temperaturas no planeta e a poluição atmosférica afetam diretamente a incidência de raios. Para cada grau a mais na atmosfera, haverá um aumento entre 10% e 20% no volume de descargas. Isso sem levar em consideração que elas tendem a ficar mais intensas e com maior poder de destruição.

Dentro de casa

O estudo do Inpe mostrou ainda que as vítimas masculinas de raios superam em quase cinco vezes as do sexo feminino. A probabilidade de um homem morrer por raio é 4,5 vezes maior que a de uma mulher.

Além disso, a cada três mortes registradas, duas ocorrem ao ar livre. Os óbitos dentro de casa estão representam 17% do total. Ou seja, mesmo sob algum tipo de abrigo a pessoa não está imune aos efeitos dos raios.

Tem aumentado muito, de acordo com a coordenação do Elat, o número de casos de vítimas dentro de casas. Por isso é aconselhável fechar janelas e se abrigar longe delas.


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