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Ressonância magnética aponta alterações na estrutura cardíaca durante o uso de quimioterapia
Uma nova técnica de exame
desenvolvida na Unicamp, em Campinas, é capaz de detectar alterações no coração
de pacientes submetidos a quimioterapia para a cura do câncer. Segundo os
pesquisadores, o trabalho permite entender melhor o “efeito
colateral” causado por uma classe específica de quimioterápico, chamada de
“antraciclos”, e que atinge cerca de 20% dos usuários.
Por dois anos, os médicos acompanharam 30 mulheres que
realizaram tratamento de câncer de mama no Centro de Atenção Integral à Mulher
(Caism). Exames de ressonância magnética permitiram aos pesquisadores observar
alterações na estrutura do coração, como dilatação ou atrofia, durante o uso da
medicação.
O
médico cardiologista Otávio Rizzi Coelho Filho, destaca que a descoberta só foi
possível com o uso da ressonância magnética para avaliar a estrutura do
coração, e que um ecocardiograma não detectaria tais alterações.
O
estudo deve ganhar uma nova etapa, para verificar a eficácia de intervenção com
medicamentos comuns nas pacientes para prevenir a insuficiência cardíaca.
Apesar da descoberta, Filho
ressalta a importância do medicamento utilizado na quimioterapia, um dos
principais no combate a tumores sólidos. “É uma medicação extremamente
importante para cura do câncer, e só a minoria vai desenvolver esse problema. É
que como um grande número de pacientes no mundo hoje toma esse tipo de
quimioterapia, essa informação tem um grande potencial de detectar pessoas que
estariam em risco de desenvolver a insuficiência cardiaca”, explica o
cardiologista.