Estudo afirma que chocolate amargo melhora desempenho cerebral

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de maio de 2018 às 20:47
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:44
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Consumo de chocolate amargo pode reduzir os níveis de estresse e aumentar a imunidade

Pesquisas já
haviam mostrado que o chocolate amargo é capaz de estimular o sistema
imunológico e melhorar a saúde do coração e da memória, mas é a primeira vez
que um estudo foi feito com o objetivo de determinar como o cacau pode
ajudar a saúde cognitiva, hormonal e cardiovascular. 

Quanto mais amargo
for o chocolate, maiores são os benefícios para a saúde, é o que afirma um
estudo realizado pela Universidade Loma Linda, nos Estados Unidos.

De acordo com os resultados apresentados na
conferência Biologia Experimental 2018, que aconteceu nos Estados Unidos
durante o final de semana, apesar de muitos não gostarem de chocolates com
altas concentrações de cacau, na verdade, são elas que impulsionam o cérebro e
o sistema cardiovascular, aumentando o fluxo sanguíneo e
reduzindo inflamações.

Além disso, os pesquisadores descobriram que o
consumo de chocolate amargo pode diminuir os níveis de estresse e aumentar a
imunidade. “Por anos, analisamos a influência do chocolate amargo nas
funções neurológicas do ponto de vista do teor de açúcar, quanto mais açúcar,
mais felizes estamos. Mas esse estudo nos mostrou que quanto maior a
concentração de cacau, mais positivo é o impacto na cognição, memória, humor,
imunidade e outros efeitos benéficos”, disse Lee Berk, principal autor do
estudo, ao Daily Mail.

Benefícios do cacau

O cacau é conhecido por ser rico em flavanóides,
antioxidantes extremamente potentes que atuam como agentes anti-inflamatórios,
beneficiando a saúde cerebral e cardiovascular. Ou seja, essas substâncias são
capazes de diminuir a inflamação, que influencia no câncer, doenças cardíacas,
diabetes, demência e na depressão. Outra consequência da inflamação é que, se
prolongada, pode causar danos permanentes ao coração, cérebro e outros órgãos.

O objetivo das duas pesquisas realizadas pelos
cientistas americanos era testar os efeitos do chocolate amargo no sistema
imunológico e no cérebro. Os resultados do primeiro estudo demonstraram
que  barras com 70% de cacau aumentaram a produção de substâncias químicas
que combatem a inflamação.

Já no segundo, descobriu-se que os participantes
tiveram uma melhora na memória, já que houve um aumento nas conexões entre as
células do cérebro (neuroplasticidade). Os sinais elétricos cerebrais foram
monitorados via eletroencefalograma ao longo de 30 minutos e duas horas depois
de os voluntários consumirem 48 gramas de chocolate amargo (70% cacau). Em
comunicado, a equipe revelou que os resultados mostram que nessa concentração
de cacau ocorre um aumento nas conexões cerebrais, beneficiando a saúde
comportamental e cerebral dos indivíduos analisados.

Apesar dos bons resultados iniciais, os
pesquisadores dizem que mais pesquisas são necessárias para determinar a
importância desses efeitos para as células do sistema imunológico e para o
cérebro em populações maiores.

Outro estudo, mesmos resultados

No ano passado, um estudo realizado por cientistas
italianos também descobriu que o chocolate amargo impulsiona o fluxo sanguíneo
para partes fundamentais do cérebro, melhorando a memória e o tempo de atenção.
Eles revelaram ainda que o cacau traz benefícios para a saúde do coração e para
a massa cinzenta, que está diretamente ligada ao declínio mental provocado pela
idade. Todos esses benefícios foram associados aos flavonóis.

Esse estudo também descobriu que pessoas que comeram
chocolate todos os dias apresentaram melhores níveis de atenção, memória de
trabalho e capacidade de processar velocidade e fluência verbal. Do mesmo modo,
idosos podem encontrar benefícios no consumo diário do chocolate amargo,
podendo alcançar melhor função cerebral.

Já as mulheres que consomem chocolate depois de
uma noite sem dormir experimentaram níveis mais baixos de deficiências
cerebrais. Essa descoberta pode indicar um novo caminho para quem sofrem de
insônia. Os benefícios mais importantes, contudo, foram encontrados em
pessoas que já haviam começado a dar sinais de declínio de memória ou
comprometimento cognitivo, sintomas relacionados ao Alzheimer.


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