Estação Ferroviária de Jardinópolis, inaugurada por D. Pedro II, ameaça desabar

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de julho de 2018 às 17:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:50
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Estação Ferroviária de Jardinópolis está fechada há 50 anos, desde fevereiro de 1968

​Aberta ao tráfego de trens em outubro de 1886 com muita festa e a presença do imperador dom Pedro 2º, a estação ferroviária Visconde de Parnaíba, em Jardinópolis, hoje está, literalmente, no meio do nada.

Sem seus trilhos, ela está cercada por vegetação e lavouras de cana e serve como depósito e abrigo para morcegos num local distante do centro urbano.

Não há resquícios próximos a ela do trajeto que foi percorrido pelos trens da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro por mais de 80 anos e, na avaliação de um instituto ligado à preservação, o imóvel corre severo risco de desabamento devido à falta de manutenção.

A estação foi chamada inicialmente de Rio Pardo e construída em terras que pertenciam ao Visconde de Parnaíba –depois chamado de Conde de Parnaíba.

Projetada pelo engenheiro polonês Aleksander Brodowski, a estação recebeu a atual denominação dois anos após a inauguração, com o objetivo de não ser mais confundida com outra estação homônima, em São José do Rio Pardo.

Ela integrava a chamada Linha do Rio Grande, que em apenas dois anos já tinha chegado a Sacramento (MG), na estação Jaguara, que também está completamente abandonada. .

Ela está fechada há 50 anos, desde fevereiro de 1968.

Há um ano, a Prefeitura de Jardinópolis iniciou discussões sobre a possibilidade de recuperar as três estações existentes na cidade –as outras duas são a Jurucê e a Entroncamento.

A intenção é construir um parque linear entre as estações, com ciclovias e recuperação da vegetação nativa.

Até agora, ao menos no que se refere às estações, o projeto não está em andamento.

“O problema está justamente nas estações. Elas são raridades arquitetônicas, especialmente Visconde de Parnaíba, e não vejo preocupação com o restauro no projeto em discussão”, disse Denis Esteves, presidente do Instituto do Trem e que participou das negociações com o governo local.

De acordo com ele, o maior risco é de desabamento da estação.

“A estação está péssima, ameaçando desabar. A Visconde de Parnaíba é linda e rara, praticamente a única que sobrou desse tipo na Mogiana. Ou a Mogiana demoliu para reconstruir uma maior, ou demoliu com o tempo [outras do gênero]. Ela tem rachadura na parede da frente, que está inclinando para o lado da plataforma e precisa de recuperação”, disse.


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