Saiba quais são os efeitos que o calor excessivo produz no seu corpo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de janeiro de 2019 às 13:22
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:20
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Alerta serve para atenção num dos verões mais rígidos dos últimos anos, principalmente no sudeste do país

O diretor científico
da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Claudio
Tinoco, fez um alerta sobre os cuidados com calor excessivo por conta das altas
temperaturas vividas neste verão. “Quando aumenta muito a temperatura, existe
um risco de a gente entrar em um estado de desidratação, onde o corpo perde uma
quantidade significativa de líquido. Isso faz com que o coração tenha que
trabalhar mais, a pressão arterial pode cair, aumenta o risco de a pessoa ter
um desmaio, que é a perda da consciência, e pessoas que têm problemas cardíacos
podem ter até complicações sérias, como o acidente vascular cerebral (AVC) e
até o infarto do miocárdio”.

O alerta feito serve como ponto de atenção num dos verões mais
rígidos dos últimos anos, principalmente no sudeste do país.

Para conviver com esta rotina, é preciso tomar certos cuidados.
Evitar exercícios físicos nos horários de pico do calor pois, segundo o
especialista pode ter efeitos “devastadores” sobre o corpo, cérebro, os rins, o
coração.

É o chamado estresse
térmico, em que a desidratação compromete inclusive a capacidade de a pessoa
regular a temperatura do corpo. “A pessoa perde muito líquido e não consegue
fazer com que a temperatura interna do corpo seja rebaixada e isso vai
acarretando danos ao organismo e pode até contribuir para a morte”.

Claudio Tinoco
recomenda que as pessoas usem roupas claras e leves; bebam bastante água;
prestem atenção aos sinais do organismo. “Se estiver com a cor amarronzada,
mais escura, significa que a urina está muito concentrada e a pessoa está
bastante desidratada, explica.

Para as pessoas que trabalham nas ruas, como ambulantes e
guardas, por exemplo, a recomendação é beber pelo menos dois litros de água por
dia.

Tinoco admite que o guarda-chuva ajuda a diminuir a incidência
de raios solares diretos, mas lembra a importância, nessa época do ano, do uso
do filtro solar.

Crianças e idosos são grupo de risco

O diretor de Publicações da Sociedade Brasileira de Angiologia e
de Cirurgia Vascular (SBACV), Julio Peclat, observa que dois grupos são mais
suscetíveis a problemas nessa época do ano: as crianças e os idosos, devido à
perda de líquido corporal que pode representar um volume muitas vezes
significativo na volemia, isto é, na quantidade total de sangue no corpo tanto
de crianças como de idosos.

Peclat salienta que acontece também um aumento da incidência de
inchaços nas pernas. “A questão da vasodilatação causada por esse calor leva os
pacientes, sobretudo aqueles que têm varizes mais calibrosas, ao rompimento
dessas varizes. Esse sangramento é muito comum nessa época do ano”.

Julio Peclat chamou a atenção para outro efeito ligado ao calor
intenso, que é a erisipela. “Esses inchaços são causados por um retardo na
absorção de líquidos nos membros inferiores e isso pode gerar uma infecção
oportunista, muitas vezes uma micose entre os dedos ou uma fissura em uma pele
desidratada, e uma bactéria pode entrar por aí e ocasionar o que é chamado
erisipela e deve ser tratada imediatamente para não complicar”.

Outra orientação, mesmo para as pessoas que trabalham fora, é
que a cada duas horas procurem levantar um pouco as pernas. “Colocar os membros
inferiores para cima ajuda a drenagem postural dos membros, evitando também
possíveis complicações”.

E hidratar a pele e fazer massagens antes de dormir amenizam.
“Essa massagem, nesse movimento seguidamente, ajuda na drenagem das veias e dos
vasos linfáticos, aliviando as possíveis complicações do calor”.

Para homens que usam terno e gravata, e também para as mulheres,
a orientação do diretor da SBACV são as meias elásticas. O médico alerta,
porém, que essas meias devem ser prescritas por um angiologista na compressão
adequada ao paciente e adquiridas em lojas de material hospitalar.

A gastroenterologista Tábata Antoniaci lembra que é sempre bom
consumir alimentos que possuem maior concentração de água. Entre eles, alface,
beterraba, couve, tomate, aipo, rabanete, carambola, pepino, morango, melancia
e melão.


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