​Drops da política nacional | Lula X Moro

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 12 de maio de 2017 às 09:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:11
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Não tinha como não ser diferente. Na coluna de hoje tem política sim senhor, afinal, não podemos ficar aquém de momentos da nossa história que podem definir o futuro do país, para melhor ou para pior. .

Imprensa  X militância

No geral, imprensa e militância do PT fizeram questão de transformar em show ou ringue o depoimento que o ex-presidente Lula deu ao Juiz Sergio Moro. Ficou um Fla X Flu, um Lula X Moro.

Empate técnico

Para alguns deu empate técnico. Em alguns momento Lula usou sua verborragia peculiar e ao invés de provar, atacava com ironias e jogava com palavras que a torcida queria ouvir. Em outros momentos Moro encurralava Lula e deixava o ex-presidente com cara de menino que fez coisa errada.

Lula deu um 7 x 0 pra cima de Moro

Para a militância cega e paga (seja na Imprensa ou fora dela) Lula detonou o Juiz Sergio Moro. Suas ironias seriam verdades que a Lava Jato e a imprensa PIG precisavam ouvir.

Moro detonou Lula

Juridicamente e tecnicamente, para muito, Moro encurralou Lula, deixando-o sempre com aquela cara de menino que fez coisa errada e sobrando o famoso “Eu não sabia”; “Eu não conheço” e “isso era coisa da Marisa”. Utilizar-se desses jargões que sempre deixaram Lula com cara de culpado e ainda jogar a culpa para a saudosa primeira dama foi algo que “entregou” o presidente e fez gerar memes sarcásticos em toda a internet.

A verdade sobre Lula X Moro

Não existe confronto. Existe o judiciário. Apesar de parte da imprensa e a militância desejar esse MMA durante o depoimento, não houve um debate por que o depoimento faz parte de um processo onde Lula já e RÉU e o Juiz Sergio Moro está dando a oportunidade de Lula se defender, o que ele não fez.

Há provas circunstanciais e testemunhais suficientes. O que não há é uma explicação para elas existirem que absolva Lula.

A militância (cega) do PT precisa parar de exigir uma prova cabal da propriedade do triplex por parte de Lula. É constrangedor. Pega mal. A acusação é de OCULTAÇÃO de patrimônio.

Eles querem um papel que tenha a assinatura de Lula. Mas quem disse que qualquer ladrão profissional e, principalmente, de colarinhos brancos vão ter escritura, extrato ou “papel passado” do produto do roubo? Mas algum rastro sempre aparece. E esses rastros estão aí, fazendo suas delações, inclusive pessoas ligadas ao PT. Vide depoimento do marqueteiro petista João Santana, que disse sobre os repasses de caixa 2 que atrasavam durante a campanha de Dilma em 2010. “Nestas oportunidades, tanto Lula como Dilma se comprometeram a resolver o impasse e, de fato, voltavam a ocorrer”, ele declarou. Do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, o publicitário diz ter ouvido que tudo dependia “da palavra final do chefe”, referindo-se a Lula. Foi Palocci quem primeiro lhe perguntou se teria conta no exterior e determinou que os pagamentos, via Odebrecht, seriam feitos por lá “para segurança de todos”. Certa vez, Santana ouviu de Lula, em tom de brincadeira, a pergunta: “E aí, os alemães têm lhe tratado bem?”. Referia-se aos Odebrecht. (Estadão)

Os fins justificam o meio

Eu, como eleitor que fui de figuras do PT, como o próprio Lula, Suplicy e Mercadante – os únicos do Partido dos trabalhadores que ainda não foram presos – creio que a militância (cega) está imbuída de uma ira nada sagrada e acha que os fins justificam os meios. Ou então, alguns, pertencem ao grupo que se beneficiou desses esquemas, direta ou indiretamente . Ou seja, estão legislando em causa própria ou ainda acreditam que exista o PT do estatuto, ou seja, que se preocupa pelo social e faz algo pelo povo, livre de corrupção e sendo a pessoa/partido mais honesto do Brasil.

Conspiração monstruosa

É incrível como a militância (cega) acredita numa conspiração monstruosa, envolvendo uma multidão de promotores, policiais, juízes, repórteres e, principalmente, dezenas de executivos de diferentes empresas com histórias semelhantes, que provavelmente se reuniram antes em um sítio de Ibiúna e combinaram: “OK, pessoal, vamos quebrar nossas empresas, pagar multas de bilhões, devolver todo o dinheiro que roubamos e talvez pegar algum tempo de cadeia, mas desta vez ferramos o Lula, para que nunca mais um nordestino semianalfabeto ouse melhorar a vida dos pobres do Brasil”, como disse um leitor do blog do Josias.

Somente Renato Duque devolveu mais de R$ 260 milhões aos cofres públicos. No total da lava a jato já passou de R$ 1 bilhão. Só faltam afirmar que os inimigos políticos é que fizeram os depósitos bilionários para incriminar a alma mais honesta nunca vista nesse país. Haja colírio alucinógeno, diria Simão, o macaco.

Lula, claro, segue cumprindo o roteiro do ator que lhe resta, já que não pode fazer um mea culpa a esta altura dos acontecimentos. Existem atores extraordinários e atores ordinários. Os extraordinários imortalizam personagens. Os ordinários não convencem ninguém, mas conseguem fazer a alegria de sua plateia amestrada.

Mas como diria o grande Fellini (cineasta): “Cinema-verdade? Prefiro o cinema-mentira. A mentira é sempre mais interessante do que a verdade”. e parece que militantes (os cegos) adoram levar isso ao extremo.


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