Drops da Política Nacional – o eleitor brasileiro e os 36 anos do PT

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de fevereiro de 2016 às 17:33
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:37
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Eleitor mais perdido do que…

Dizem por aí que o eleitor brasileiro, o consciente, está abandonado.

Dizem também que este não vota mais no PT por ser um partido corrupto, entre outros adjetivos depreciativos, mas que também não votam no PSDB porque também não há ninguém confiável nele. E no PMDB, então…vixe!

É verdade, faz certo sentido quando se pensa apenas em Fla X Flu.

Eu sigo depositando meu voto em Marina Silva. Fiz parte da equipe que gerenciava suas redes sociais durante quase quatro anos – ela nunca me pediu pra fazer algo que fosse desonesto.

Pelo menos, Marina não é acusada de relações escusas com empreiteiros, não rasgou seu discurso de campanha, não vive acima de suas condições financeiras e não está sendo investigada, por nada!

Não concordo com algumas de suas posições políticas. Não tenho Marina como a salvadora da Pátria. Não vejo apenas virtudes, mas Marina irradia integridade, humanidade e elegância ao debater os reais problemas desse país, sem a maquiagem de um publicitário.

E por falar em maquiagem publicitária…

O que foi o vídeo comemorativo dos 36 anos do PT (daquele que não existe mais) feito pelo Lula?

Seu marqueteiro optou por um Lula caseiro, vestido com uma camiseta branca da paz pra fazer com que o líder petista incorporasse um ser humano simples e humilde, como eu e você, algo que ele não é mais, se é que algum dia ele foi algo próximo disso. Muitos que conviveram com ele, ou foram próximos, duvidam e provam o contrário.

Esse tipo de maquiagem não cola mais. Não dá pra esquecer no que se tornou o seu partido, os seus “cumpanheiros”, a sua sucessora. E nem sobre a sua riqueza duvidosa e a de seu filho. Lula não engana mais a ninguém.

Lula tinha tudo para ser lembrado como um grande estadista brasileiro. Mas preferiu a obcecação pelo poder. Tornou-se um dissimulado, que zomba de todos afirmando que nada sabia.

No discurso Lula fala dos “erros que foram cometidos”, mas, claro, não admite nenhum. Faz o “mea culpa” e diz que o partido “passa por um momento de adversidades”, mas, claro, não diz quais são.

Bom… seria muita ingenuidade minha manter o que afirmei acima, de que “Lula não engana mais a ninguém”, afinal, para muitos, o petismo é uma crença religiosa, que muitas vezes não se explica com a razão, mas com a fé, mesmo que advinda de gente de má-fé.

O PT, agora, como bem disse Leonardo Boff em recente artigo, tem uma dívida com o povo brasileiro, o de “uma autocrítica nunca feita integralmente. Para se transformar numa fênix que ressurge das cinzas, deverá voltar às bases e junto com o povo reaprender a lição de uma nova democracia participativa, popular e justa que poderá resgatar a dívida histórica que os milhões de oprimidos ainda esperam desde a colônia e da escravidão”.


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