Dormiu mal? Seu cérebro vai fazer você gastar mais comprando guloseimas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de janeiro de 2019 às 15:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:17
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Estudo encontra ligação entre consumo de lanches, doces e refeições com alto teor calórico e falta de sono

Uma nova pesquisa aponta que as
pessoas que tiveram noites mal dormidas ficam mais propensas a consumir
lanches, doces, e refeições com alto teor calórico. De acordo com os
cientistas, a falta de sono interfere em como as regiões do cérebro atuam no
fenômeno de recompensa.

O estudo, publicado no
periódico Journal of Neuroscience,
recrutou 32 homens saudáveis ​​com idade entre 19 e 33 anos. Eles
receberam o mesmo jantar: macarrão e vitela, maçã e um iogurte de morango.
Depois ganharam um dispositivo de controle de sono, o qual tiveram que usar
enquanto dormiam. Uma parte dos participantes ainda ficou acordada no
laboratório, realizando atividades como jogos de salão. 

Na manhã seguinte, todos voltaram
para que os pesquisadores pudessem analisar a fome dos rapazes. Além disso, 29
homens tiveram seus níveis de açúcar no sangue medidos, bem como os níveis
de certos hormônios ligados ao estresse e ao apetite.

Os participantes fizeram um teste no
qual foram mostradas fotos de 24 itens de salgadinhos, barras de chocolate e 24
itens não comestíveis, como chapéus ou canecas. Eles tiveram que avaliar o
quanto estariam dispostos a pagar pelos produtos, em uma escala que ia de zero
a três euros.  

Durante um exame de ressonância
magnética funcional, eles também precisaram escolher se realmente comprariam ou
não o item quando o preço fosse fixado. Uma semana depois, o experimento foi
repetido, com os participantes que haviam dormido trocando de lugar, e
vice-versa.

O experimento permitiu que cientistas
observassem a atividade cerebral dos rapazes. Os resultados mostraram que,
independente de serem privados de sono ou não, eles estavam igualmente com fome
de manhã, e tinham níveis similares da maioria dos hormônios e açúcar no
sangue.

No entanto, quando os homens foram
privados do sono, eles estavam dispostos a pagar mais por um lanche do que
quando descansados. Além disso, eles apresentaram níveis mais altos no sangue
da substância des-acyl grelina – relacionada à grelina, o “hormônio
da fome”. 

Os resultados também mostraram que,
privados de sono, os participantes tiveram maior atividade na amígdala cerebral
(onde as recompensas são processadas) quando imagens de alimentos eram
mostradas. E o vínculo fora mais forte entre os rapazes que pagariam por comida
e a atividade no hipotálamo (envolvido na regulação do consumo). As interações
entre essas duas regiões aumentaram em comparação com as noites na qual
eles  dormiram.


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