Dormir com o animal de estimação: até onde esta prática pode ser saudável?

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  • Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 13:04
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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Segundo pesquisa, cerca de 23% dos cachorros do país passam a noite dentro do quarto de seus donos

O companheirismo é tanto que eles podem ser encontrados juntos até na hora de dormir. Se, antigamente, o lugar de cães e gatos era fora de casa, hoje é cada vez mais comum que donos e bichos de estimação dividam a mesma cama. 

Pesquisa recente da Comissão de Animais de Companhia do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, os cachorros que dormem dentro de casa são maioria, 55%, enquanto 23% passam a noite dentro do quarto dos donos. 

É o que acontece na casa dos Alves, onde a liberdade da pequena Clara, uma shitzu, é quase total. “Ela reina absoluta em nossa casa e escolhe todos os dias com que irá dormir. Na maioria das vezes, sua companhia preferida é o nosso filho Bernardo, cinco anos”, conta a confeiteira Elisângela Duarte Alves, 34 anos.

O hábito não é prejudicial. “Desde que seja um animal limpo e saudável, não tem problema”, garante o veterinário Rodrigo Mello Duarte. Mas o dono deve estar atento a alguns cuidados. “É preciso dar banho com frequência, fazer a escovação diária do pelo e, depois de o cachorro passear na rua, passar uma toalha na patinha”, orienta Rodrigo, que completa: “é importante também levar o pet ao veterinário para um check-up antes de deixá-lo subir na cama”.

Além disso, é preciso aspirar a casa e a trocar os lençóis pelo menos uma vez por semana. Se os cuidados não forem observados, o proprietário do animal pode ficar exposto a doenças. “As principais são a giardíase, a sarna sarcótica e as infecções fúngicas”, explica Rodrigo.

Do lado extremo

Em casos mais extremos, os animais de estimação podem transmitir diferentes tipos de micoses. E os donos de felinos podem ainda contrair a doença da arranhadura do gato. “É uma bactéria que entra no nosso corpo por meio do corte feito pelas unhas do animal e pode causar febre e gânglios nas axilas. Para se livrar do problema, só por meio de antibióticos”, explica Rodrigo.

Os gatos podem transmitir também a toxoplasmose, causada pelo protozoário Toxoplasma gondi. “A pessoa contrai a doença ao entrar em contato com as fezes do animal contaminado, seja na hora de limpar ou quando passa as mãos no gato, esquece de lavá-las e as coloca na boca”, conta. A doença pode causar febre e gânglios no pescoço.

Segundo ele, normalmente é alvo quem está com a imunidade baixa. O mesmo vale para idosos e crianças. Ciente disso, Elisângela diz redobrar os cuidados com a casa e com Clara. “A presença dela faz bem a todos, principalmente ao Bernardo, que possui uma relação de carinho e responsabilidade com ela. Não seria justo privá-los disso. Então mesmo dando um trabalho extra, fazemos questão de deixá-la dentro de casa e, consequentemente, em nossas camas”, diz.

Agora, para quem é alérgico aos animais, o melhor é mantê-los fora do quarto mesmo. E, de preferência, fora de casa também. “Esse contato pode desencadear uma crise de asma ou se manifestar como rinite ou conjuntivite alérgicas”, detalha.