Dormir bem garante melhor rendimento em todos os setores da vida

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de dezembro de 2018 às 20:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:14
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A ciência mostra como, com a mente e o corpo descansados, é até mais difícil ficar doente

É comprovado:
uma boa noite de sono é uma das principais fontes de saúde. E de juventude. Um
estudo conduzido pelo Brain-Work Institute do Instituto Finlandês de Saúde
Ocupacional, divulgado em 2007, mostrou que tanto dormir pouco quanto dormir
demais encurtam a vida. 

Mais de 20 mil gêmeos foram acompanhados durante um
período de 22 anos. Dormir menos do que sete horas por noite aumentou o risco
de morte em homens (+26%) e mulheres (+21%); já dormir mais do que oito horas
significou uma redução de longevidade de 24% para homens e 17% para mulheres. O
uso de remédios para dormir teve resultados ainda mais drásticos: 31% dos
homens e 39% das mulheres morreram mais cedo. 

Os pacientes foram acompanhados
entre 1982 e 2003.

Dormir entre sete e oito horas por noite não proporciona só uma vida mais
longa, mas também uma vida mais interessante e inteligente. A criatividade, por
exemplo, é intensificada após uma boa noite de sono, especialmente quando
despertamos logo após a fase REM (Rapid Eye Movement, que tem esse nome porque
nossos olhos ficam se movendo rapidamente). 

Essa é a fase mais profunda, em que
os sonhos mais vívidos acontecem. Um estudo da Escola de Medicina de Harvard,
por exemplo, afirmou que acordar logo após essa fase do sono aumenta em 30% a
habilidade de resolver palavras cruzadas de manhã.

Outros estudos também sugerem que
dormir ajuda a resolver problemas complexos — em inglês, existe até uma
expressão para isso, “let’s sleep on it”, que sugere dormir para conseguir
solucionar melhor alguma questão. Também já é bem consolidada entre os
pesquisadores a ideia de que dormir é essencial para o aprendizado, para o
desenvolvimento da linguagem e para a consolidação da memória. 

Só mais 20 minutinhos

As mulheres precisam dormir mais do que os homens, diz a ciência.

TRABALHEIRA: O
cérebro feminino tem mais lateral thinking, habilidade de pensar de forma
global e abrangente, e é mais capaz de ser multitarefa.

SONINHO EXTRA: Com o
cérebro sendo mais exigido ao longo do dia, as mulheres precisam de 20 minutos
a mais de sono, em média, do que os homens.

PANE GERAL: Em
caso de serem privadas desses minutinhos, elas podem ficar mais raivosas,
deprimidas e hostis, sintomas que não são tão perceptíveis em homens.

HOMENS: Alguns
deles também podem precisar de doses extras de sono, especialmente os que tomam
decisões no trabalho, o que exige mais pensamento lateral.

DESCOBERTA: O
Centro de Pesquisa do Sono da Universidade Loughborough, na Inglaterra, revelou
que atividades cerebrais mais complexas exigem mais tempo de regeneração.

Uma
terapia noturna

Imagine se todas as vezes que você se lembrasse de algum evento que
aconteceu na sua vida, como uma briga com alguém que você ama, a emoção do
momento voltasse à tona. Seria impossível manter a sanidade, certo? 

Isso só não
ocorre por uma razão: porque dormimos. O pesquisador Matthew Walker, da
Universidade Berkeley, têm mostrado que é durante a fase dos sonhos mais
intensos que a memória é processada e, nesse momento, os fatos são libertados
das emoções mais traumáticas. 

Uma noite mal dormida pode impedir essa
separação, e a memória mal processada continuará voltando, noite a noite, como
uma bagunça ainda não arrumada dentro do sistema. Caso o erro persista por mais
de uma semana de noites mal dormidas, aquela memória poderá ser armazenada
mesmo corrompida. 

É daí que, possivelmente, nascem os estresses
pós-traumáticos. Os prejuízos à saúde mental não param por aí — afetam também a
capacidade de se relacionar: pessoas cansadas sentem-se menos dispostas a
manter relações sociais, além de ficarem mais irritadas, ansiosas e deprimidas.


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