DNA confirma identidade de corpo carbonizado achado em canavial da Franca-RC

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de julho de 2017 às 10:32
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:16
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Autônomo Luiz Antônio da Silveira foi encontrado morto dentro de carro na Franca-Ribeirão Corrente

A angústia de uma família acabou na semana passada em Franca, após a confirmação pelo Instituto Médico Legal (IML) de que o corpo encontrado carbonizado em um matagal, em abril deste ano, é do autônomo Luiz Antônio da Silveira, de 53 anos. 

Com o exame de DNA, os familiares puderam, finalmente, sepultá-lo, mas o drama permanece. Três meses após a morte, a Polícia Civil não esclareceu o caso, e a irmã pede agilidade na investigação.

“Eu esperava que fosse ser esclarecido com mais rapidez, porque existe, sim, alguma suspeita”, diz a doméstica Sônia Aparecida da Silveira.

O delegado Márcio Murari, responsável pelo caso, nega que haja lentidão e diz que a confirmação da identidade do corpo é fundamental para avançar na investigação. 

Desaparecimento e morte

Silveira sumiu no dia 6 de abril após levar o filho de carro à escola, em Franca. No dia seguinte, a mulher comunicou o sumiço à polícia. Foram cinco dias de espera até que a família alugou um avião e localizou o carro do autônomo, incendiado e destruído, próximo à Rodovia Nelson Nogueira, que liga Franca a Ribeirão Corrente. 

Autônomo Luiz Antônio da Silveira foi encontrado morto em Franca (SP) (Foto: Arquivo Pessoal)

A polícia localizou um corpo no porta-malas e amostras foram recolhidas para análise e identificação. Na casa de Silveira, a polícia apreendeu três armas.

Foram três meses de espera até a confirmação do IML de que os restos mortais são de Silveira. Segundo Sônia, a família alimentava uma pequena esperança em encontrá-lo vivo, mesmo com as evidências apontando para o contrário.

“Uma pessoa não fica desaparecida por tanto tempo, e os pertences que estavam no carro eram conhecidos por nós. A gente tinha uma certeza, mesmo não querendo acreditar. Tínhamos uma esperançazinha de não ser ele e ter aquela chance de ele estar vivo, talvez até em algum cativeiro. O resultado do DNA foi muito importante porque a gente tirou a dúvida que era realmente ele mesmo”, diz.

A doméstica afirma que a família passou por dois momentos de forte sofrimento. O primeiro, segundo ela, foi do impacto do desaparecimento e a provável morte.

O segundo foi a confirmação da identidade do corpo. “Por outro lado, a gente se sente aliviada, né? Pelo menos sabe que é ele, e coloca um ponto final”, afirma.

Angústia

Sônia diz que era muito próxima ao irmão e sempre o acompanhava, tanto em eventos da família, quanto na vida profissional. Ela afirma que Silveira era uma pessoa tranquila, não tinha inimigos e não recebeu nenhuma ameaça.

“Se ele estava fazendo alguma coisa ilegal, não foi do meu conhecimento. Isso me deixa indignada. Quero buscar saber o motivo de tamanha crueldade, de matar a pessoa, colocar fogo, ocultar o crime, deixando a família naquela angústia.”

Ela cobra mais agilidade por parte da investigação e a identificação do suspeito do crime.

“A gente que está por fora, não tem conhecimento de como lidar com esse problema, com investigação. Como está nas mãos de profissionais competentes, como eles são, acho que está havendo certa demora sim. Eu esperava que fosse esclarecido com mais rapidez”, afirma. 

DNA ajuda a polícia

O inquérito por homicídio é conduzido pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Segundo o delegado, a confirmação do DNA vai facilitar os próximos passos da apuração.

“Não estamos divulgando muitas informações sobre as investigações para não atrapalhar nosso serviço. A gente precisava da confirmação de que o corpo era dele, vai que não era. Nós estamos fazendo uma investigação achando que é e o exame podia não confirmar. Agora que temos a confirmação que é ele, vamos aprofundar mais”, diz Márcio Murari.

Sônia pede ajuda à população de Franca para que informações sobre o suspeito sejam repassadas à polícia.

“Estamos sofrendo muito. Que fez isso deveria por a cabeça no travesseiro e pensar no sofrimento da nossa família. Se a pessoa se entregasse ou se alguém soubesse e comunicasse a polícia, não ia apagar aquela dor, a saudade que a gente sente. Por outro lado, a gente vai se sentir mais aliviado, porque vamos ficar sabendo por que fez”, desabafa.

​(Com informações do G1


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