Diagnóstico precoce de câncer de próstata pode salvar vidas, afirma SBC

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de novembro de 2018 às 12:48
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:10
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Ações de conscientização para a prevenção desse tipo de câncer são intensificadas neste mês

Por preconceito e
medo, muitos homens ainda deixam de se submeter aos exames preventivos do
câncer de próstata, a segunda maior causa morte de pessoas do sexo
masculino, depois do câncer de pulmão.

Caso houvesse maior conscientização sobre os benefícios do
diagnóstico precoce, além das chances de cura, haveria uma substancial redução
nos custos do tratamento, alerta o cirurgião oncológico Ricardo Antunes,
presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC). “É
preciso ter em mente que o maior desafio de saúde no mundo , apontado
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é o surgimento de 20 milhões de casos
novos de câncer. Metade dos afetados vem à óbito. No Brasil, 30% dos mais de 60
mil novos casos de câncer em homens correspondem à incidência de tumores
malignos”, destacou o especialista.

Diante dessa
constatação ele lembra a importância da campanha Novembro Azul, um movimento que
surgiu na Austrália, em 2003, e mais recentemente no Brasil, de
alerta sobre a necessidade de os homens cuidarem melhor de sua saúde, especialmente nos cuidados preventivos, como o toque
retal, onde o médico pode perceber o aumento da glândula, e o PSA, exame de
sangue pelo qual pode-se detectar a enzima produzida pela próstata.

De acordo com o oncologista, o ideal é começar a fazer
esses exames anualmente a partir dos 50 anos.  Segundo ele,
a recomendação àqueles com histórico familiar de câncer é que os
exames sejam feitos aos 45 anos. Nesse caso, o risco de contrair o mal
cresce de três a dez vezes.

Para Ricardo Antunes, o grande desafio é que “existem dois
grandes fantasmas que aterrorizam os homens: o medo de uma evolução para
disfunção erétil e incontinência urinária”. Ele garante, no entanto, que
houve um grande avanço no conhecimento científico e na medicina para tratamento
e que deixar para buscar a cura tardiamente implica em altos custos e
perda da qualidade vida, além do risco de morte.

Conforme o oncologista, as causas do câncer de próstata
ainda são desconhecidas. Entretanto, existem evidências de maior
suscetibilidade entre homens com histórico familiar, com dieta a
base de carnes vermelhas e gorduras, que consomem mais álcool ou fazem uso
de tabaco. A doença é menos comuns entre os que dão preferência para alimentos
à base de frutas e vegetais, entre eles tomate, cenoura e
leguminosas (feijões, ervilha e soja).

O presidente da SBC reconhece que não bastam as
campanhas de conscientização. Ele defende a necessidade de um aporte maior de
recursos destinados a exames preventivos e mais acesso aos tratamentos de cura,
pois o tempo de espera de um paciente no Sistema Único de Saúde (SUS) chega a
demorar até seis meses.

Ricardo Antunes acrescentou que a valorização do setor de
saúde pública deveria ser ainda maior, levando em consideração o fato de
que o Brasil está envelhecendo. “Houve um aumento da longevidade no Brasil e,
pelas estimativas, teremos 30 milhões de idosos em 2025. Isso preocupa porque
80% dos pacientes com câncer são idosos”.


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