Dia dos Namorados…

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 12 de junho de 2017 às 02:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:13
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​Hoje, dia dos namorados, fui reler as  “Cartas de amor” do Fernando Pessoa, que tão humano quanto qualquer um de nós, um dia também namorou…

Cartas são coisas do passado, ultrapassadas, mas que, a mim, nunca vão deixar de instigar a imaginação. As do Pessoa, antes de lê-las pela primeira vez, fiquei fazendo conjeturas, do quão poéticas deveriam ser, e para minha surpresa, descobri que na verdade não são. 

Isso foi o que eu mais gostei nelas: a simplicidade e o desnudamento de um SER, que antes de ser poeta, amou; e nesse amor se igualou a todos os simples mortais que amam e sentem toda sorte (ou azar) de emoções contraditórias que possam caber num coração – alegria, tristeza, insegurança, coragem, medo, ansiedade, esperança, desilusão.Uma lista de sentimentos comuns a todos que já amaram um dia na vida. 

Quem ama sofre por pouca coisa e se agiganta com coisa menor ainda – um simples olhar distraído (da pessoa amada) é uma declaração de amor. 

Amar é sempre arriscado, pois pode dar certo, pode dar errado.

O amor nos deixa bobos, e nesse ponto a esperteza não leva vantagemporque amar é gostoso, uma das melhores coisas que há. Mas também é angustiante e sofrido, todo mundo sabe.

Do homem aos passarinhos, ninguém deseja estar sozinho… até o mais simples mendigo da rua, pode observar. Se para somar ou dividir, multiplicar, subtrair ou completar o que lhe falta – um par pra seguir a vida.

Quem tem e é feliz, hoje é o dia de comemorar… Hora de trocar presentes e flores, esquecer as farpas; fazer o dia do outro mais feliz.

Quem ainda não tem, deixa que o tempo se encarrega de arrumar… Um dia vem.

Para quem sofre, e sente a tristeza de uma paixão não correspondida, saiba que não está só nessa jornada. A maior parte das poesias de amor foram escritas com o sangue do autor… 

Para esses fica o alento de um trecho das cartas do Pessoa:

     “se a vida, que é tudo, passa por fim, como não hão de passar o amor e a dor e todas as mais cousas, que não são mais do que partes da vida? “


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