Definir uma rotina para o dia a dia das crianças traz diversos benefícios

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  • Publicado em 27 de agosto de 2018 às 20:03
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:58
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Seguir hábitos e horários deixam a criança mais calma e disposta para as atividades diárias

Mesmo um ser tão pequenino e dependente de um adulto precisa de uma rotina. Desde cedo, a criança deve ter horários para comer, dormir, relaxar, brincar, mesmo que ela não saiba o significado e a razão de tudo isso. Mas é com o tempo e a rotina que o bebê vai aprender noções de previsibilidade e continuidade. Além disso, há mais ganhos, como a segurança e o conforto que a rotina traz para qualquer indivíduo, até mesmo para os adultos. “A rotina ajuda no desenvolvimento mental e físico da criança, além de ser útil para uma vida mais equilibrada agora e quando se tornar adulto”, reforça a psicopedagoga Joana Lima Garcia.

Ela explica que a falta de uma rotina saudável aumenta a ansiedade da criança, podendo acarretar irritabilidade, choro sem causa aparente, aumento das cólicas intestinais, entre outros agravos. “A criança desenvolve sentimento de confiança e segurança no mundo, já que a rotina estabelece uma organização cognitiva do dia a dia, diminuindo a expectativa do que vai acontecer, deixando-a mais calma e tranquila”, afirma.

Foi isso o que a comerciante Ana Lídia Diniz, 35 anos, percebeu aos oito meses de sua filha Clara. “Ela vivia inquieta, não dormia direito e muito irritada. Tinha até dificuldades para se alimentar, até que sua pediatra me orientou que tudo isso poderia ser reflexo da falta de rotina. Desde que estabelecemos horários para tudo, Clara que está com um ano e oito meses, se tornou mais calma, dorme e se alimenta bem, e não tem mais crises de irritação”, comemora Ana Lídia.

Para surpresa de muitos pais, não há uma idade definida para estabelecer uma rotina ao bebê. No entanto, Joana acredita que desde o nascimento vale a pena organizar as atividades diárias do pequeno. “Essa rotina vai sendo modelada conforme o desenvolvimento da criança e as necessidades pontuais que vão surgindo, e será necessária ao longo de toda a sua vida”, afirma a psicopedagoga. Ela acrescenta que essa organização ajuda na associação de valores importantes para o desenvolvimento biopsicossocial da criança, como disciplina e a noção de limites.

Colocando em prática

Existem alguns passos para os pais criarem uma rotina. Adaptar as necessidades do bebê ao seu dia a dia é uma delas, porém é importante ter em mente que imprevistos, como fome e choro de madrugada, irão acontecer. Outra forma é organizar as atividades de acordo com o próprio ritmo do bebê. Para isso, é importante que a mãe esteja atenta ao seu comportamento e aos horários em que ele costuma sentir fome, sono, etc. Vale até anotar os hábitos do filho em um caderno ou fazer uma tabela no computador. Hoje em dia existem até aplicativos de smartphones para ajudar nessa tarefa.

É necessário entender que os hábitos podem ser quebrados, pois nem sempre o bebê terá as mesmas necessidades no mesmo horário. Se ele sentir fome ou sono antes da hora planejada, a rotina pode e deve ser quebrada. “A rotina criada pelos pais não precisa ser rígida. Há momentos que pode e deve haver flexibilidade”, afirma Joana, que lembra a necessidade de rever a rotina quando o bebê está doente. “Com todos esses cuidados, você vai perceber que toda a família se beneficia com a rotina. E todo mundo sabe que a chegada de um bebê bagunça no início o cotidiano de um núcleo familiar. Mas fique tranquila, a partir do momento em que os horários do seu filho são estabelecidos, você pode encontrar também um tempinho só para você”, reforça Joana.