Definições para eleições no Estado colocam Gilson e Engler em novo confronto

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de julho de 2018 às 09:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:53
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Mentor político do Prefeito de Franca, Rodrigo Garcia, foi indicado a vice na chapa de João Doria

O ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB) o nome do
deputado federal Rodrigo Garcia (DEM) como seu vice na chapa em que disputará o
governo de São Paulo em outubro.

Garcia, atualmente Deputado
Federal e ex-secretário de Habitação do Estado no Governo Alckmin é presidente
do DEM no Estado e principal mentor político do prefeito de Franca, Gilson de
Souza, também do Democratas. 

A indicação de Garcia, já
esperada, cria três situações que obrigam o prefeito de Franca (até
agora em cima do muro, como se fosse um verdadeiro tucano): 

1) Por obrigação partidária,
mostrar a cara para pedir votos a um político com quem, não tem nenhuma
afinidade e que só conheceu no ano passado (João Doria). 

2) Posicionar-se contra o
Governador que “tem a caneta” para liberação de recursos e
investimentos nos próximos cinco meses (Márcio França, candidato à reeleição
contra Doria). 

3 Enfrentar mais uma vez, tendo
como principal adversário em Franca e região, como já acontece há duas décadas,
o deputado Roberto Engler, que saiu do PSDB justamente por causa de Doria e
fechou com o PSB de França. 

Além
do DEM, a coligação de Doria já conta também com outros partidos do chamado
Centrão, como PRB e PP, além do PSD do ex-prefeito e ministro das Comunicações,
Gilberto Kassab. 

O
tucano foi o primeiro pré-candidato a governador entre os mais bem colocados
nas pesquisas, a anunciar seu vice. Paulo Skaf (MDB), o atual governador,
Márcio França (PSB), e o petista Luiz Marinho ainda não compuseram a chapa.

Rodrigo,
o mentor político de Gilson, que na época das “vacas magras” do atual
prefeito de Franca (levando–o para cargo comissionado na CDHU, quando Souza ficou
apenas como suplente de Deputado em 2014) é alvo de dois inquéritos que
investigam suposto recebimento de R$ 200 mil via caixa 2 para sua campanha a
deputado em 2010 pagos pela Odebrecht. 

Os repasses foram feitos em duas
parcelas de R$ 100 em setembro daquele ano, segundo as delações de Carlos
Armando Paschoal e Benedicto Júnior no âmbito da Operação Lava Jato. De acordo
com os colaboradores, Rodrigo tinha o codinome “Suíça” nas planilhas
de propina da empreiteira. Ele nega a acusação.

Um
inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Rodrigo
por eventual crime de falsidade ideológica eleitoral. Depois que o STF
restringiu o foro privilegiado dos parlamentares, em maio, a procuradora-geral
da República, Raquel Dodge, solicitou a remessa da investigação para o Tribunal
Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). 

Um segundo inquérito foi aberto
pelo Ministério Público Estadual (MPE) para investigar Garcia por suposto
enriquecimento ilícito na esfera cível pela mesma denúncia de caixa 2 da
Odebrecht.

Caso seja eleito vice-governador
(abriu mão de uma reeleição quase certa a deputado federal), o mentor político
de Gilson de Souza manterá o atual foro privilegiado para escapar das canetadas
do Juiz Sérgio Moro, que comanda os inquéritos da Lava Jato. 


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