De olho no mercado de trabalho, francanas investem em qualificação

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  • Publicado em 14 de novembro de 2017 às 12:18
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:26
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Somente em 2016, 51% dos alunos em diferentes cursos técnicos oferecidos pelo Senac Franca eram mulheres

Sem medo de encarar os desafios, Maria Paula dirige há três anos o Spa Bella Vilela

Detalhistas, comprometidas e, acima de tudo, organizadas. Essas são características das mulheres que, até poucas décadas, não tinham direito ao voto nem acesso à educação formal e encontravam um mercado profissional dedicado somente aos homens. Mas isso mudou, e hoje elas conquistam cada vez mais espaços significativos no ambiente corporativo. Quem comprova esse avanço é o levantamento do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2016, que permitem acompanhar o comportamento de empregos no Brasil, seja masculino ou feminino.

A pesquisa, de amplitude nacional, mostra que nos últimos 50 anos as mulheres têm deixado de atuar apenas no ambiente residencial para também se lançarem profissionalmente. Segundo o levantamento, em 2007, a classe feminina representava 40,8% do mercado formal de trabalho. Em 2016 elas já ocupavam 44% das vagas. A tendência a partir de agora é esta participação estabilizar em proporções iguais.

Maria Paula Vilela, 37 anos, é um dos exemplos de mulheres que conquistou um espaço relevante no cenário profissional. Proprietária do Spa Bella Vilela há três anos em Franca, não teve medo de encarar os desafios de ser uma empreendedora. Considerando a vaidade inerente ao público feminino, ela apostou sua carreira nesse segmento. O primeiro passo foi se qualificar profissionalmente e conhecer a fundo as práticas do setor. “Agora, é no estabelecimento que capitalizo melhores condições de vida à minha família”, diz.

Cláudia Gratão, coordenadora de cursos do Senac Franca, é enfática ao pontuar que para abrir o próprio negócio, é imprescindível dominar conteúdos e técnicas da área que irá gerir. “São essas competências bem desenvolvidas que garantem processos assertivos, aumentam o tempo de vida dos comércios e os mantêm rentáveis”, diz ela. Sabendo disso, Maria Paula não pensou duas vezes antes de apostar no seu aprimoramento profissional, diante das perspectivas de sucesso.

Trabalhando como secretária, ela fez os cursos técnicos em Massoterapia e Estética no Senac para possibilitar a criação do seu spa. “Sem o conhecimento do setor não teria chances de mudar de carreira e aumentar meu lucro mensal em até 30%”, afirma a empresária. 

Ascensão profissional

Partilhando do mesmo pensamento, Patrícia Scott abriu seu próprio negócio de beleza aos 38 anos, após apostar na educação profissional. Somando 10 anos de atuação como auxiliar administrativa em uma empresa de componentes para calçados, o investimento em cursos técnicos significou novas chances no universo do trabalho e a inserção em uma carreira que a motiva. Logo que finalizou os cursos técnicos no ramo de estética e bem-estar conseguiu trabalho em uma clínica, onde pode colocar em práticas os ensinamentos absorvidos em sala de aula, que nortearam suas escolhas. “Depois, em 2012, com a trajetória de sucesso, investi na compra do local e, hoje, sou eu quem administra tudo”, ressalta satisfeita com a guinada que deu em sua vida.

Patrícia criou seu próprio negócio aos 38 anos e hoje integra o Conselho da Mulher Empreendedora

Em sua caminhada promissora e de destaque, Patrícia ainda faz parte do Conselho da Mulher Empreendedora (CME), liderado por Christina Buraneli e apadrinhado por Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, que tem como objetivo mostrar o poder do público feminino. As mulheres têm capacidade para liderar qualquer emprego, basta ter coragem, uma boa qualificação e persistir. “Foi isso que eu fiz e faço parte do grupo para incentivar a classe feminina a lutar por bons espaços no mercado”, frisa a empreendedora, encarando com otimismo a sua nova fase.

Constante evolução

A crescente presença do público feminino em cursos livres – de curta duração – e técnicos é um dos indicadores da evolução da mulher no universo do trabalho. “O conhecimento traz autonomia e deixa os candidatos do mundo corporativo em igualdade, promovendo uma ‘luta’ justa por promoções nos empregos”, diz a coordenadora de cursos do Senac Franca.

Cláudia diz que para abrir o próprio negócio é imprescindível dominar conteúdos e técnicas

Na instituição, somente em 2016, 51% dos alunos em cursos técnicos eram mulheres. Entre 2014 e o primeiro semestre 2017, mais de duas mil mulheres concluíram cursos da modalidade na instituição, em áreas como beleza e estética, tecnologia da informação, gestão e negócios e segurança e saúde no trabalho. 

“Os números revelam que a qualificação é fundamental para qualquer área e as mulheres estão investindo em conhecimento prático e teórico para conseguir sucesso, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional”, destaca Leandro D’Arco, gerente do Senac Franca.

Para comemorar o avanço e os espaços das mulheres na sociedade, instituiu 26 de agosto para lembrar e celebrar o Dia Internacional da Igualdade Feminina. A data foi instituída para conscientizar a população e mostrar que esse público se faz presente de maneira cada vez mais marcante no cenário profissional.


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