Crioterapia pode evitar queda de cabelos durante tratamento quimioterápico

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  • Publicado em 12 de junho de 2018 às 11:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:48
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InORP/Grupo Oncoclínicas é a primeira instituição de saúde da região de Ribeirão Preto a utilizar a técnica

A técnica de Crioterapia consiste no uso de uma touca que resfria o couro cabeludo e permite a menor absorção dos fármacos da quimioterapia, o que diminui a queda do cabelo (Foto: Renato Lopes)

Entre
as principais questões que envolvem as formas de tratamento do câncer e seus
efeitos colaterais está a perda de cabelos ocasionada pela quimioterapia. Uma
aflição que pode causar problemas secundários ao paciente, como autoestima
baixa, ansiedade, estresse, depressão e até mesmo desistência do tratamento.

“Também
existe a questão da privacidade do paciente. A perda de cabelo é uma
característica que já revela sua condição e, em muitos casos, o paciente quer
se preservar”, explica Diocésio Andrade (CRM: 132.129), diretor técnico do
InORP/ Grupo Oncoclínicas .

Para
amenizar esse problema, o instituto é o primeiro da região de Ribeirão Preto a
oferecer um procedimento que aumenta as chances de preservação dos fios nos
processos de quimioterapia. A técnica, chamada de Crioterapia ou Scalp Cooling (em inglês),
consiste no uso de uma touca que resfria o couro cabeludo, levando à contração
dos vasos sanguíneos e, desta forma, cria uma espécie de capa protetora que
preserva os folículos capilares.

O
método tem sido considerado um importante aliado para a melhora do equilíbrio
emocional principalmente nas mulheres em tratamento contra o câncer de mama,
neoplasia que mais atinge esse grupo, sendo 28% dos casos da doença entre
mulheres e com expectativa de 59,7 mil novos casos no Brasil somente neste ano.

Entenda
como funciona a Crioterapia

Um
capacete revestido por um gel é conectado por meio de um tubo a uma máquina que
se assemelha a um circulador de ar. É colocado sobre a cabeça do paciente 30
minutos antes da infusão de quimioterapia e a touca permanece sendo usada
durante toda a aplicação do medicamento e continua até 1h30 após o tratamento.
Esse sistema, então, resfria o couro cabeludo do paciente a uma temperatura
entre 18ºC e 22ºC, o que permite a menor absorção dos fármacos nessa região e,
por isso, diminui a queda do cabelo.

Por
ser um equipamento médico, estudos garantem a segurança do paciente e a
eficácia do tratamento, sendo o único no Brasil com aprovação da FDA (agência
que regula os medicamentos nos Estados Unidos) e da Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária).

Em
50% dos casos, os pacientes tratados relataram a diminuição da alopecia a ponto
de não precisar usar lenço ou peruca. A crioterapia pode ser aplicada em
pacientes diagnosticados com outros tipos de câncer, além do de mama, tendo o
mesmo potencial de eficácia, mas há restrições. A contraindicação acontece para
quem tem câncer hematológico (que afeta o sangue), como leucemia e linfoma.
Pessoas que apresentam alergia no couro cabeludo ao frio também não devem fazer
o tratamento.