Crescimento econômico e forte calor vão aumentar consumo de energia

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de fevereiro de 2019 às 21:11
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:22
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Esse aumento deve ser 2,7% superior à carga exigida do sistema no ano passado

A expectativa de
crescimento da economia brasileira para este ano e as altas temperaturas que
vêm sendo registradas neste verão devem levar a um consumo de energia elétrica
3,8% do que o de 2018.

Esse aumento será 2,7%
superior à carga exigida do sistema no ano passado que, segundo a Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), foi de 1,1% em relação a 2017.

A projeção foi feita
pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo
Barata, ao ressaltar, no entanto, que o sistema está preparado para a alta da
demanda de energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN). “Nossas avaliações
são de que a taxa de crescimento da carga, que é consequência do comportamento
do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos em
um determinado período] e também da elevada temperatura, deverá ser de 3,8%
agora em 2019”, disse Barata, citando projeções da EPE.

“Mesmo que o
crescimento seja superior a esse percentual, não deveremos encontrar problemas
de abastecimento.” Barata ressaltou que, se o crescimento do PIB for maior, com
o consequente aumento da carga, será preciso “revisar o planejamento para
os próximos anos”.

Geração

O entendimento do ONS é que, se o país começar a usar
antecipadamente a capacidade de geração e, assim, gastando em maior escala a
energia armazenada, terá de haver uma
avaliação da capacidade do sistema. “Eu diria que o sistema está preparado para
enfrentar um crescimento maior do que os 3,8% que a gente projeta para este
ano”, afirmou Barata.

Ele adiantou que, em abril, o quadro será mais claro para o ONS
e a Empresa de Pesquisa Energética. “Vamos trabalhar com essa meta até março,
quando haverá a primeira das três revisões anuais que são feitas normalmente.
Em abril, já teremos uma visão mais abalizada de quanto será o crescimento de
economia em 2019 e dali para a frente.”

“Do ponto de vista do atendimento à demanda de curto prazo, não
vemos nenhum problema. O país enfrentou aí nas últimas duas semanas
temperaturas e consumo muito altos e, mesmo com o sistema fragilizado, não
houve problema no abastecimento”, destacou o diretor do ONS.

Reservatórios

Para Luiz Eduardo Barata, neste momento, não há nenhuma luz
amarela acesa. “Estamos avaliando e, se houver degeneração grande dos
reservatórios, obviamente, vamos alertar o Comitê de Monitoramento, mas, por
enquanto, está tudo sob controle.”

No fim do ano passado, ao receber a imprensa para um balanço das
atividades do ONS em 2018 e as projeções para 2019, Luiz Eduardo Barata admitiu
que o operador trabalhava com a previsão de que o verão seria um dos mais
quentes dos últimos tempos, mas que o país não enfrentaria problemas com o
abastecimento de energia elétrica.

As projeções do ONS, no entanto, eram de que a demanda ao
Sistema Interligado Nacional fechaiar os próximos cinco anos com crescimento
médio do consumo de energia da ordem de 3,8%.

Barata disse, na ocasião, que se considerava uma taxa média de
crescimento do PIB de 2,7% até 2023 (2,3% em 2019, 2,7% em 2020, 2,8% em
2021/22 e 2,9% em 2023). “E isso acaba proporcionando um crescimento da
carga média [de energia] de 3,8% para o período”, afirmou, então, o diretor do
ONS.

Ao que tudo indica, no entanto, o que era projetado como
crescimento médio até 2023 já se tornará uma realidade agora em 2019.


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