Corte de verba pode fechar 256 unidades do Sesc e Senac: demissão de 10 mil

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  • Publicado em 28 de março de 2020 às 20:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:32
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Governo reduziu para metade valor da contribuição compulsória paga pelas empresas para manter o serviço

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) alertou que o corte de 50% na arrecadação compulsória de três meses destinada ao Serviço Social do Comércio (Sesc) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac) pode resultar no fechamento de 265 unidades em todo o país. 

Em Franca, após quase 20 anos, foi iniciada a construção da unidade do Sesc, que está sendo erguida em frente ao Estádio José Lancha Filho, Lanchão, com previsão de ser finalizado em 2022.

Franca também conta com uma unidade do Senac, que ainda não se sabe se estaria na lista de fechamento.

Ainda de acordo com a entidade, a extinção das agências pode resultar na demissão de 10 mil pessoas.

A redução da verba, paga por empresários, anunciada na semana passada pelo governo federal, se deve a epidemia de coronavírus e faz com que as empresas economizem cerca de R$ 2,2 bilhões no pagamento de impostos. 

A redução no repasse do setor privado aos cofres públicos deve durar por pelo menos 90 dias.

A CNC enviou ofícios aos prefeitos informando da situação. Somente no Distrito Federal, o corte pode ocasionar o fechamento de 3 unidades do Senac e 5 do Sesc. 

Neste caso, seriam perdidos 350 empregos no Senac e 800 no Sesc, deixando de atender cerca de 10 mil pessoas por mês.

Outras unidades da federação seriam atingidas com o fechamento de unidades, como no Rio de Janeiro (34), Pernambuco (29), Santa Catarina (28), Rio Grande do Norte (18), Goiás (17), Piauí (16), Paraná (16), Amazonas (15), Minas Gerais (14) e Acre (13). 


A redução no atendimento deve afetar muitos municípios que precisam da estrutura do serviço para atender a população e pode suspender 36 milhões de atendimentos.

Para evitar o fechamento das unidades, a CNC encaminhou um plano de ações do Sesc e do Senac ao presidente Jair Bolsonaro, aos ministros da Economia, Paulo Guedes e da Saúde, Luiz Mandetta (Saúde), além da Câmara e Senado. 

A intenção é que Sesc e Senac sejam usados no combate ao coronavírus.

A estrutura e profissionais poderiam ser usados para identificar pessoas infectadas no Brasil, instrumentalizar profissionais de saúde e reunir supermercados, restaurantes e outros estabelecimentos na distribuição de alimentos da população afetada. 

O plano está orçado em R$ 1 bilhão, metade do valor arrecadado a cada 90 dias com a contribuição do comércio para o Sesc e Senac. 

*Correio Braziliense


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