Consumo de ômega 3 pode ajudar a combater a obesidade e manter o peso

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  • Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 12:35
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:32
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Estudos comprovam benefício do nutriente sobre os níveis dos hormônios que controlam o apetite

Diversos estudos defendem que o agravamento da obesidade está relacionado a condições inflamatórias do organismo, ​trazendo
várias disfunções associadas à doença. Entre esses distúrbios está a inflamação
do hipotálamo, região cerebral sensível aos sinais da insulina e da leptina,
que são hormônios atuantes, respectivamente, no controle do nível de açúcar
(glicose) no sangue e na regulação da saciedade.

Dessa
forma, essas pesquisas indicam que o sobrepeso excessivo leva, automaticamente,
ao acúmulo de glicose na corrente sanguínea (hipertrigliceridemia), aumentando
também o risco para enfermidades como diabetes e hipertensão, além de favorecer
a manutenção de uma alimentação exagerada e, por consequência, nutricionalmente
desequilibrada. Do mesmo modo, o colesterol alto, causado normalmente pela
ingestão demasiada de gorduras saturadas e trans, nocivas à saúde, também é
relatado comumente entre pessoas obesas.

Mas
segundo a Ph.D, Dra. Maria Inês Harris, apesar de tantas comorbidades, a ciência também aponta
uma alternativa relativamente mais saudável e moderada aos métodos tradicionais
para ajudar na redução dos fatores ligados à obesidade. Trata-se do consumo de
ácidos graxos ômega 3 (EPA e DHA) altamente purificados. “Por inibir a
progressão da neuro inflamação, beneficiando o sistema nervoso, essas gorduras
insaturadas podem ser muito eficazes nos quadros de obesidade”, afirma a
especialista.

De
acordo com a Dra. Maria Inês, o consumo de ômega 3 traz benefícios tanto à
saúde quanto a estética para pessoas com sobrepeso. “O nutriente aumenta a
síntese de uma proteína das células, chamada PPAR-gama, que ajuda a transformar
o açúcar em energia antes que ele se acumule no corpo, auxiliando na
estabilidade dos níveis de insulina. Além disso, ele também contribui para a
redução dos triglicerídeos e aumento da leptina circulante, o que colabora para
a contenção do apetite”, explica.

Reforçando
a atuação dos ácidos graxos EPA e DHA no controle de peso, uma revisão
baseada em estudos clínicos e com animais, publicada no The European Journal of
Clinical Nutrition, também observou o aumento nos níveis de leptina associado
ao consumo de ômega 3 em indivíduos obesos, evidenciando a melhora na relação
fome x saciedade. De acordo com os pesquisadores, a constatação indica a
eficácia do nutriente para ajudar não apenas na reversão da obesidade, mas,
inclusive, a evitar o reganho de peso após submissão a uma dieta restritiva.

Outra
pesquisa,
realizada na Universidade de Navarra, na Espanha, chegou à mesma conclusão. O
estudo buscou relacionar os impactos de dois planos alimentares de baixa
caloria na perda de peso e saúde de 32 pessoas, que foram divididas em dois
grupos, sendo apenas um deles submetidos a três medidas semanais de ingestão
rica em ômega 3. De acordo com os resultados, além dos níveis de colesterol,
triglicérides, insulina e leptina relativamente melhores, o grupo que consumiu
os ácidos graxos também emagreceu mais ao fim do experimento.

Como pessoas obesas podem consumir ômega 3?
O ômega 3 deve
ser incluído na dieta de pacientes com obesidade a partir da prescrição de um
nutricionista. Embora essas gorduras insaturadas possam ser obtidas através da
alimentação rica em peixes marinhos como salmão, sardinha, atum e cavala,
nesses encontra-se também ômega 6 numa proporção aproximada de 30% de ômega 3
para 60% de ômega-6 (1:2). Dessa forma, a alimentação não corrige o
desequilíbrio na dieta típica do brasileiro (da ordem de 1:20) e cuja proporção
deveria ser da ordem de no máximo 1:5. “Já o uso de suplementação com
produtos contendo EPA e DHA purificados, como OmegaPURE, que apresenta 90% de
sua composição desses ácidos graxos, e sem a presença ômega-6, auxilia de forma
mais eficiente na reposição adequada de ômega-3”, finaliza a Dra. Harris.