Consumo de cigarros contrabandeados ou pirateados cai no Brasil

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de outubro de 2018 às 21:34
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:06
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De acordo com estudo do Inca, produto ilegal passou de 39,7 bi para 34,9 bi em 2017; venda legal cresceu

Um estudo coordenado pelo Instituto
Nacional do Câncer (Inca) aponta uma redução na proporção do consumo de
cigarros ilegais no Brasil. Apresentado em Genebra, durante um encontro para se
discutir estratégias conjuntas no combate ao mercado ilegal de produtos
derivados do tabaco, o trabalho indica que o consumo de cigarros
contrabandeados ou pirateados no País caiu de 39,7 bilhões em 2016 para 34,9
bilhões no ano passado.

Ao mesmo tempo, o consumo de produtos
legais aumentou, passando de 53,1 bilhões para 55,8 bilhões. “As
estimativas mostram uma reversão da tendência, que era de aumento do mercado
ilegal”, afirma Tânia Cavalcante secretária executiva da Comissão Nacional
para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ), um
acordo firmado por 181 países para reduzir e prevenir o tabagismo. “É
preciso ver os próximos resultados, para avaliar se a tendência se
confirma”, afirma.


A queda contraria previsões feitas pela indústria do tabaco. Depois de aumento
de impostos, o setor acreditava que a população migraria para o mercado ilegal,
o que não ocorreu. A secretária executiva lista uma série de hipóteses que
podem ter contribuído para a mudança do consumo. Apreensões de produtos ilegais
em áreas de fronteira e maior fiscalização podem ter levado a uma redução da
oferta.

Estratégia

O mercado ilegal é considerado por
especialistas no combate ao tabagismo como um problema a ser resolvido. As
estratégias para redução e prevenção do tabagismo passam pelo aumento de
preços, por regras claras para embalagens e até pela composição de cigarros.
Medidas que somente são implementadas no mercado formal. “Preços mais
altos favorecem não apenas a redução do consumo dos cigarros, mas inibem a
experimentação de cigarros por crianças e adolescentes”, disse Tânia.


Ela diz estar preocupada com a estabilização dos números de consumo de cigarro
no Brasil, em 10,11%. Na faixa entre 18 e 24 anos, o porcentual de fumantes
saltou de 7,4% para 8,5% entre 2016 e 2017.


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