Conheça medidas que ajudam a manter a memória afiada mesmo ao envelhecer

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  • Publicado em 16 de abril de 2018 às 17:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:41
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Capacidade de processamento do cérebro diminui constantemente a partir dos 20 anos

É comum a todos nós, eventualmente, ter dificuldade de lembrar nomes e datas, o que acabamos de ler e onde, ou mesmo o que jantamos ontem. Embora os problemas de memória se tornem mais aparentes na terceira idade, as mudanças graduais na função cognitiva começam décadas antes. O que acontece é que seus efeitos são geralmente mascarados pelo excesso de neurônios e a capacidade cerebral de estabelecer novas conexões ao longo da vida.

A Associação Americana de Aposentados (AARP, na sigla em inglês) escreveu: “Cerca de 30% dos adultos mais velhos saudáveis têm dificuldade em recordar fatos, pessoas, lugares e outras informações diárias, mas há também um número significativo de octogenários que tem um desempenho tão bom quanto o grupo de pessoas na faixa dos 30 anos nos testes de memória”.

– O cérebro mais velho é capaz de fazer mudanças para se adaptar. Certas regiões, inclusive, operam de forma um pouquinho diferente e podem ser melhores do que as do mais jovem – afirma Molly V. Wagster, chefe do Departamento de Neurociências do Instituto Nacional do Envelhecimento.

Algumas das alterações, como profundidade de compreensão e sabedoria adquirida pela experiência, são melhorias que compensam os efeitos menos positivos causados pela idade.

Denise C. Park, psicóloga da Universidade do Texas, explica que, embora a capacidade de processamento do cérebro vá diminuindo constantemente dos 20 e poucos anos em diante, o “conhecimento do mundo” aumenta, pelo menos até os 70 anos, quando então estaciona. Ainda assim, é importante reconhecer os possíveis sintomas patológicos de limitação cognitiva. Como diz a AARP, “esquecer onde estacionou o carro pode acontecer com qualquer um, mas não se lembrar de como ele é pode ser preocupante”.

Evitar o declínio cognitivo é uma opção muito melhor que tentar revertê-lo. O Instituto de Medicina destaca várias medidas que podem ajudar nesse processo:

Seja ativo fisicamente. Inúmeros estudos registram os benefícios decorrentes do exercício constante não só ao corpo, mas ao cérebro. Por exemplo, das 18.766 mulheres entre 70 e 81 anos que participaram de uma pesquisa americana, as que tinham um nível mais alto de atividade mostraram 20% menos chances de sofrer problemas cognitivos do que as de nível menor.

Previna ou controle os fatores de risco cardiovascular, incluindo pressão alta, fumo, obesidade e diabetes. O que é bom para o coração parece ser bom também para o cérebro. Uma dieta relativamente pobre em gorduras, colesterol e açúcar e rica em peixes e verduras repletas de antioxidantes, além de protegê-lo, ainda supre as necessidades de vitamina D.

Bebida alcoólica, só moderadamente – ou seja, um drinque por dia para as mulheres, dois para os homens, mas o melhor é nem beber. E tente dormir bem para manter os neurônios funcionando a toda. A depressão também tem um efeito negativo na cognição, em qualquer idade. Se você sofre com ela, procure tratamento.

Eduque-se. Nunca é tarde para se interessar por atividades de estimulação intelectual, incluindo leitura, participação em grupos de discussão, palestras e outras atividades culturais. Aprender tarefas novas e complexas, como crochê, costura ou fotografia digital, pode melhorar o desempenho cerebral.

Se envolver socialmente é outra medida fundamental. A integração é um instrumento poderoso para um envelhecimento saudável.