Como repolho, brócolis e couve ajudam a impedir o surgimento do câncer

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de agosto de 2018 às 21:30
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:56
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Pesquisa mostra como substâncias presentes em determinados legumes e verduras podem ajudar a prevenir a doença

Cientistas dizem ter
descoberto por que algumas verduras e legumes – incluindo repolho, brócolis e
couve – podem reduzir o risco de câncer no intestino.

Que os chamados vegetais crucíferos são bons para o
intestino, nunca houve dúvida, mas a explicação sempre foi evasiva.

Uma equipe do Francis Crick Institute, centro de
pesquisa biomédica, em Londres, descobriu que substâncias químicas
anticancerígenas são produzidas quando legumes e verduras desta categoria são
digeridos.

E, de acordo com a ONG britânica Cancer Reserch UK, dedicada a
combater a doença, há muitas razões para consumirmos mais esses alimentos.

A pesquisa se concentrou em investigar como verduras e
legumes alteram o revestimento intestinal, a partir da análise de camundongos e
intestinos em miniatura criados em laboratório.

Assim como a pele, a superfície do intestino é
constantemente regenerada, em um processo que leva de quatro a cinco dias.

Mas essa renovação permanente precisa ser rigidamente
controlada, caso contrário, pode levar ao câncer ou inflamação intestinal.

E o estudo, publicado na revista científica
“Immunity”, mostra que substâncias químicas presentes em vegetais crucíferos
são vitais nesse processo.

Da cozinha para a prevenção do câncer

A substância é modificada pelo
ácido gástrico à medida que continua sua jornada pelo sistema digestivo.

Na parte inferior do intestino, ela pode alterar o
comportamento das células-tronco, que regeneram o revestimento intestinal, e
das células imunes que controlam as inflamações.

O estudo mostrou que dietas ricas em Indol-3-Carbinol
protegiam os ratos do câncer, mesmo aqueles cujos genes indicavam um risco
muito alto de desenvolver a doença.

Sem a alimentação protetora, as células do intestino se
dividiam descontroladamente.

Os sintomas de câncer de intestino incluem sinais
persistentes de:

– sangue nas fezes;

– alterações nos hábitos intestinais, como ir ao banheiro com mais
frequência;

– dor na barriga, inchaço ou desconforto.

A pesquisadora Gitta Stockinger diz que as descobertas são “motivo
de otimismo”. “Mas certifique-se de que eles não cozinhem demais, nada de
brócolis empapado”, recomenda. Ela reduziu a quantidade de carne que consome e
come agora muito mais legumes e verduras. “Com esse estudo, vimos como os
mecanismos moleculares desse sistema funcionam”, completa.

“Esse estudo em camundongos sugere que não é apenas a fibra
presente em legumes e verduras, como brócolis e repolho, que ajuda a reduzir o
risco de câncer de intestino, mas também as moléculas encontradas nesses
vegetais”, diz o pesquisador Tim Key, do Cancer Research UK. “Estudos
mais aprofundados ajudarão a descobrir se as moléculas desses alimentos têm o
mesmo efeito nas pessoas. Mas, enquanto isso, já existem muitos bons motivos
para se comer mais verduras e legumes”, acrescenta.


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