Como fazer o dinheiro render mais que a inflação em 2020 com investimentos

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  • Publicado em 4 de janeiro de 2020 às 11:21
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:13
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Há várias opções para quem deseja economizar sem risco e sem necessitar de muito dinheiro para começar

Neste início de ano, muitos brasileiros têm como meta guardar dinheiro para alguma conquista financeira. Mas, com a menor taxa de juros (Selic) da história, em 4,5% ao ano, quem não souber onde aplicar esses recursos pode ver o esforço de poupança ser corroído pela inflação, estimada em 3,6% em 2020. Veja onde investir para ter ganho real.

A caderneta de poupança, preferida entre os brasileiros, é isenta de imposto de renda e tem rendimento de 70% da Selic, ou seja, 3,15% no ano — abaixo da inflação. Quem aplicar nela perde poder de compra, por isso esse investimento não é recomendado.

Já o Tesouro Selic, que acompanha a rentabilidade da taxa básica de juros, mas tem incidência de imposto de renda (IR), deve render um pouco a mais em 12 meses, porém, ainda abaixo da inflação (ver ao lado). 

No entanto, é considerada uma boa opção para investimentos de curto prazo, como a reserva de emergência (montante equivalente a 6 a 12 meses de gastos mensais) e o aporte mínimo é de cerca de R$ 100. Assim como fundos DI, com taxa de administração abaixo de 0,5%, com opções também a partir de R$ 100.

Para quem já conquistou essa poupança e pretende juntar para um prazo mais longo, é recomendado buscar investimentos mais rentáveis.

— O juro de 4,5%, líquido de imposto, quase não gera ganho real. Na renda fixa, o investidor terá que partir para produtos que busquem um retorno acima do CDI (4,4% ao ano), com maior risco, ou isentos de IR — afirma Patricia Bittencourt, sócia-fundadora da Guelt Investimentos.

Para ter mais rentabilidade, o investidor precisa abrir mão de liquidez (opção de poder resgatar o investimento a qualquer momento) ou aumentar o risco. 

O Tesouro Direto, garantido pelo Tesouro Nacional, tem títulos que pagam hoje a inflação mais juros de 3,36% ao ano, mas com prazo para 2035. Resgatar antes do vencimento, apesar de possível, é arriscado porque o valor pago varia diariamente. O investimento mínimo é de R$ 40.

Outra opção são os títulos emitidos pelos bancos, como Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Letra de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI/LCA). São opções seguras, pois possuem a garantia do Fundo Garantidor de Créditos, caso o banco tenha dificuldade de pagamento.

— As instituições financeiras, de médio a pequeno porte, estão emitindo títulos com rentabilidade de até 137% do CDI. Isso porque elas querem captar recursos e com os juros baixos precisam aumentar a rentabilidade para continuar atraindo o investidor— diz Anderson Paiva, gerente sênior de marketing da Easynvest.

Esses títulos podem ter vencimentos de um a quatro anos, e as opções mais atrativas têm aporte mínimo de R$ 1 mil. Para os especialistas, em prazos mais longos, títulos atrelados ao CDI são mais interessantes, já que a taxa deve subir nos próximos anos.

Renda variável é aposta para ter ganho

Se o cenário de juros baixos é ruim para a Renda Fixa, para a Renda Variável é uma oportunidade. A expectativa do mercado é que a bolsa continue batendo recordes impulsionada pela melhora da economia. No entanto, o investimento em ações é arriscado, e não é para todo perfil de investidor.

Para quem deseja se expor na bolsa sem muito risco, uma boa opção são os fundos, em que se delega a um gestor profissional a gestão da carteira em troca do pagamento de uma taxa de administração. Há opções com entrada mínima de R$ 100. Porém, o investidor precisa ficar atento ao valor da taxa, que não deve ser acima de 3% ao ano.

— Fundos multimercado, com volatilidade intermediária entre a renda fixa e ações, são boas opções para um primeiro passo em renda variável — avalia Patricia Bittencourt.

Outra opção são os fundos imobiliários, que pagam mensalmente aluguéis isentos de IR, e têm perspectiva de alta com a retomada do mercado imobiliário. As cotas custam em média de R$ 100 a R$ 150.

— São boas opções, mas têm risco. As cotas dos fundos variam diariamente na bolsa, por isso, são renda variável — afirma Anderson Paiva.


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