Como dosar a praticidade das redes sociais e e-mails sem prejudicar o trabalho?

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  • Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 23:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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Redes sociais criam atalhos nas relações, mas é preciso ter cautela para usá-las no ambiente profissional

É permitido desmarcar reunião por WhatsApp? E adicionar o chefe no Facebook na primeira semana de trabalho? Conversar com clientes por inbox do Facebook? E colocar foto de casal no perfil no e-mail corporativo vale? As redes sociais criaram uma porção de atalhos nas relações pessoais, mas até que ponto é possível transferir o comportamento que existe nas redes para o ambiente de trabalho, principalmente em setores mais formais?

Para Douglas Gonçalves, consultor em mídias sociais, o profissional que recebe um pedido de amizade do chefe nas redes sociais não tem muita escolha, senão a de aceitá-lo. “Você sente uma obrigação social em adicionar. Em algum momento ele vai perceber que você não aceitou e isso acaba criando uma situação desconfortável”, comentou. Porém, de acordo com o especialista, é preciso ter cautela com a relação que vai se estabelecer por ali. “É preciso ter bom senso, se você trabalha num ambiente informal ou, ainda, é home office [trabalha em casa], é de esperar que conversas importantes aconteçam pelas redes. Mas se não, é melhor mandar um e-mail ou fazer uma ligação.”

A mesma dica vale para o uso de WhatsApp e mensagens privadas no Facebook para assuntos profissionais. “É preciso conversar antes com a equipe da empresa para saber se a prática é aceita. E não queira ser você a inaugurá-la, a não ser que você seja o chefe”, alertou Douglas.

A designer gráfica Virgínia Alves Macedo, 48 anos, lembra que quando trabalhou como consultora de vendas em uma concessionária de veículos da cidade, precisava seguir à risca a cartilha definida pela empresa para o uso de e-mails e outras ferramentas tecnológicas. “Todas as nossas mensagens eram monitoradas e qualquer postura mais amistosa para nos aproximarmos dos clientes era considerada inadequada. A conduta tinha que ser extremamente profissional, o que nos deixava até confusos, já que as relações pareciam tão próximas”, conta.

Atenção redobrada

O tema é delicado, por isso, se reparar no entorno não for suficiente, Douglas sugere que se pergunte ao superior. E o mesmo vale para conversas no WhatsApp. Nos grupos com colegas, aliás, tente se limitar a assuntos profissionais e durante o horário de trabalho. “Mensagens fora do expediente apenas se o tema for de máxima urgência. Antes de enviar, avalie se não dá para esperar”, sugere o consultor, lembrando ainda da importância da linguagem utilizada. “Não abrevie palavras como: vc, tb, pq, hj e outras.” Outro conselho é não usar emoticons  – aquelas carinhas indicando uma reação – em conversas profissionais e evitar fotos de perfil – tanto em redes quanto em e-mails corporativos – usando roupas de banho ou dando beijos na boca. “Imagine um assunto super sério sendo tratado e a foto do profissional é ele de sunga, segurando uma cerveja. Não é apropriado.”

É preciso, também, ter muito cuidado com o que se posta quando for algo relacionado à empresa. Comentar informações estratégicas põe em risco o emprego do profissional e também algum projeto no qual a companhia esteja trabalhando. Postagens como “Estou trabalhando em um novo projeto da empresa que vai ser lançado na segunda-feira”, podem não parecer reveladores para seus familiares ou amigos que trabalhem em outras áreas, no entanto alguém de uma empresa concorrente pode repassar esta informação e a situação pode se complicar. Aliás, caso o trabalho não esteja diretamente relacionado às redes sociais, o ideal é que nada seja postado durante o expediente. Isso pode passar a impressão de que o funcionário está se divertindo em vez de trabalhar. “Moderação e bom senso são as medidas principais dentro e fora das redes virtuais”, enfatiza Douglas.