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Projeção mais pessimista se baseia no fato de que desemprego cresceu acentuadamente em 2015
A expectativa dos empresários do comércio varejista é de que as vendas de Natal recuem apenas 1% em relação ao ano passado. O dado revela um certo otimismo já que o varejo mostrou quedas acentuadas e sucessivas em seu faturamento ao longo de 2015.
Além disso, considerando todo o mês de dezembro, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio SP) projeta uma retração de 10% a 12% nas vendas do varejo ampliado.
Os dados compõem uma sondagem realizada pela Entidade com 100 lojistas de São Paulo entre os dias 18 e 20 de dezembro.
Segundo a assessoria econômica da Fecomercio SP, essa projeção mais pessimista se baseia no fato de que o desemprego cresceu acentuadamente ao longo de 2015; o volume de crédito real vai cair mais de 5% para a pessoa física; a inflação atingiu quase 11% no período e; a confiança dos consumidores permanece em patamares baixos.
Assim, não é possível vislumbrar que as vendas de natal permaneçam praticamente estáveis em relação ao ano passado como foi apurado entre os empresários.
Além disso, a análise de variáveis como estoques, contratação e efetivação de temporários revela que a estratégia adotada pelos lojistas neste ano não está totalmente alinhada a esse discurso otimista.
Em relação aos estoques, 41% dos empresários entrevistados afirmaram estar com estoques menores em relação ao ano passado. Essa proporção, que em 2014 foi de 24%, é maior da série histórica iniciada em 2010.
Adicionalmente, 84% dos empresários declararam que não contrataram funcionários temporários para a data. Essa proporção era de 69% em 2014 e de 71% em 2013. Entre os que contrataram, 44% disseram que não irão efetivá-los, essa proporção é bem superior à verificada no ano passado (13%) e é a maior da série histórica.
Os lojistas apontaram que a utilização do cartão de crédito será a forma de pagamento mais escolhida entre os consumidores (67%). Em 2014 esse número era de 62%. Já o pagamento à vista (dinheiro, cheque e cartão de débito) será o segundo meio mais usado, com 30%, ante 36% em 2014.
A exemplo do ano passado, quando 56% responderam que não realizariam liquidações, este ano 57% das empresas não realizarão promoções no período. Entre os que estão fazendo algum tipo de promoção para incrementar as vendas de Natal, 79% ofereceram descontos especiais e 12% sortearam ou distribuíram brindes.
Para a assessoria econômica da Fecomercio SP, a projeção do recuo acentuado de vendas se mantém apesar do discurso otimista dos empresários. Um indicativo dos resultados de vendas em dezembro, que contabilmente serão vistos efetivamente no início de março, serão as promoções no início do ano.
A entidade destaca que se houver grandes feirões e promoções, então é porque as vendas, de fato, não foram boas, caso contrário o varejo terá se superado, e talvez até mesmo reverta o ciclo de estoques elevados que persistiu ao longo de 2015.