Com previsão de seca em 2018, Secretário recomenda reservação de água

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de outubro de 2017 às 06:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:23
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Arnaldo Jardim, aposta em reservação de água e discute medidas para agilizar processo

Uma das principais características das mudanças climáticas são os extremos: ou chove demais ou não cai uma gota sequer. Em vista disso, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, aposta em reservação de água e vem conversando com o titular da Secretaria do Meio Ambiente, Maurício Brusadin, para dar celeridade ao processo. 

O secretário lembra que São Paulo passou pela maior seca de sua história, há dois anos, e aprendeu a lição. “Na época, chegamos adotar restrições para a irrigação”, relembra.

Jardim acredita que o problema não seja a falta de água, mas a dificuldade de sua reservação. “Do ponto de vista da agricultura, não significa que teremos menos água. Tem hora que terá menos e outra que terá mais. Isso implica em mudar o conceito de manejo dos recursos hídricos: ter mais reservação e cuidado em relação ao escoamento”, argumenta.

“Cada vez que o agricultor quer fazer uma represa, leva anos para conseguir autorização. Precisamos simplificar isso, porque reservar água é importante e também contribui para o meio ambiente. A ação mantém o equilíbrio da flora e da fauna”, defende.

O secretário destacou o agronegócio brasileiro enquanto referência internacional. Segundo ele, o País está conseguindo se livrar de três preconceitos: agricultura como atividade predatória, com relações arcaicas de trabalho e antiquada.

“Pelo 5.º ano consecutivo, apresentamos um aumento da cobertura vegetal ativa em todo o Estado, assim como da produção agrícola. Nós não estamos mais desmatando, pelo contrário, estamos recompondo a mata. Logo, garanto que a agricultura do Estado é sustentável”, acrescenta.

Hoje, em São Paulo, convivem o grande, o médio e o pequeno produtor. Além disso, o agricultor familiar deixou de ser tratado como “café com leite”. 

“Nós tivemos uma situação de emancipação. Paralelamente a isso, o grau de informalidade é superior nas cidades do que no campo. Este, por sua vez, está muito mais formalizado e moderno, do ponto de vista das relações de trabalho”, pontua.

O secretário mostra, ainda, que o setor não é antiquado e apresenta inovação; Para comprovar, Jardim informa que metade dos aplicativos lançados no Brasil é destinada ao agronegócio. 

“Nós, bem como um conjunto de economistas, temos a convicção de que o setor que pode ser a base para um novo momento é o agronegócio, porque tem acúmulo de capital maior do que o da própria indústria; capacidade de inovação; vantagens competitivas em relação aos outros países do mundo; e efeito multiplicador na economia, já que existe demanda por equipamentos, transporte, portos, ferrovias, hidrovias e rodovias. O governador Geraldo Alckmin é um entusiasta dessa tese e tem apostado no setor”, pontua Arnaldo Jardim.

Na região

Lançado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o Programa Microbacias 2 se faz a partir de recursos do Banco Mundial, aplicados pela pasta. 

Nele, os pequenos agricultores são reunidos em associações ou cooperativas, que definem um projeto. Do valor total, 70% é bancado pela secretaria e o restante é financiado em oito anos, a juros mais baixos.

Segundo Arnaldo Jardim, as últimas grandes jornadas de crescimento econômico do País foram impulsionadas pela indústria, que tinha acúmulo de capital, capacidade de inovação e condições de desenvolver um efeito multiplicador sobre a economia.

O secretário acredita que, agora, o agronegócio seja a base para o próximo ciclo do País.

Política

Recentemente, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consideraram necessário o aval do Congresso para o afastamento de deputados e senadores de seus mandatos por ordem da Corte. 

De acordo com a decisão final, o Judiciário tem o poder de aplicar qualquer medida cautelar contra um parlamentar. Quando tal medida, porém, interferir “direta ou indiretamente” no exercício do mandato parlamentar, como é o caso do afastamento, precisará do aval do Legislativo.

Segundo o secretário Arnaldo Jardim, que é deputado federal licenciado pelo PPS, a decisão é sensata. “Nós temos um equilíbrio de poderes. Cada um dos poderes tem a sua capacidade de discernir. Apurações o Judiciário faz, mas determinação de afastamentos preventivos diante de uma investigação aberta, sem uma condenação judicial, se caracterizaria uma intervenção”, frisa.


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