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População paga o preço do governo inoperante, sem planejamento e que não cumpre promessas de campanha
O meio político e os observadores mais atentos já se deram conta de que está vigorando na Prefeitura de Franca a fórmula que possibilitou a eleição de Gilson de Souza.
O detalhe é que os personagens foram trocados. Explicando os detalhes: Gilson só teve a eleição viabilizada quando algumas lideranças e formadores de opinião que o queriam na Prefeitura perceberam que poderiam juntar a então popularidade do candidato com a eficiência de Sebastião Ananias na condução do governo.
Esta ideia começou a ser vendida no final do primeiro turno, alavancando a ida de Gilson de Souza para o segundo turno das eleições.
É que naquele momento o cenário estava indefinido e havia até uma ligeira preferência por Flávia Lancha.
Pois bem: a massificação da ideia, as declarações de apoio de Sebastião Ananias, o possível e eventual cansaço de parte dos eleitores com Sidnei Rocha foi construindo o cenário favorável à eleição de Gilson de Souza, que foi para o segundo turno. E daí para a vitória foi um pulo.
Na preparação do governo e durante a transição, Sebastião Ananias escolheu os melhores nomes para o secretariado, mostrando para Gilson que ter um time bom no comando do governo poderia dar ao prefeito a tranquilidade de uma boa administração.
Sebastião Ananias listou os cargos em comissão de primeiro escalão e deixou para o prefeito nomear todos os seus protegidos, porque acreditava que a qualidade da máquina pública oficial daria conta da administração municipal e que os nomeados não atrapalhariam o governo.
Ocorre que o entorno de influência primária de Gilson de Souza, formado basicamente por seus filhos Gilsinho e Lincoln, seus irmãos, pelo genro Rodrigo Henrique, e pelo então recém-convertido vereador Correa Neves Júnior, que de oposição passou a ser influente junto ao prefeito, começaram a minar o trabalho de Sebastião Ananias.
Já estava em andamento o projeto de tirar Sebastião Ananias do governo e de o grupo tomar para si as decisões administrativas, principalmente nas nomeações.
Até que o então Secretário de Finanças, em recuperação de uma cirurgia de catarata, recebeu a visita de um médico amigo e conselheiro do prefeito, que lhe disse de forma enviesada que ele não seria bem visto no retorno.
Em uma carta de poucas linhas, Sebastião Ananias concretizou o que dele queria o entorno do prefeito: a saída do governo.
A partir dai, sem a diretriz administrativa e com a necessidade de empregar os amigos, o governo Gilson de Souza passou a bater a cabeça, sem sair do lugar.
Foram inúmeras trapalhadas que a população conhece, mas nada de efetivo de benefícios.
O governo de Gilson de Souza nada fez para dar a Franca o crescimento de bem-estar, de educação, de emprego, de moradias populares, de transporte coletivo, de urbanização, de políticas sociais.
Mas sobraram problemas de repasses de verbas para a manutenção de política social às crianças e adolescente e também aos idosos.
As entidades precisaram ir à Justiça e enquanto isso a população sofre com a falta de política social do governo municipal.
Mas, no arranjo administrativo, a administração levou o então Secretário de Segurança e Trânsito, Orivaldo Donzelli, para o Gabinete do Prefeito.
Vindo do Escritório Regional de Governo do Estado, logo pegou o ritmo do governo municipal e deu-se então a virada: sem contrariar Gilson nas suas nomeações, Orivaldo Donzelli se impôs na proteção do Gabinete e foi fazendo algumas mudanças, mostrando que o planejamento administrativo não é a preocupação municipal.
E que também a pressa que Franca tem para resolver seus problemas não condiz com o ritmo de Gilson de Souza. A cidade que espere.
A falta de preocupação com a cidade ficou mais evidente quando Orivaldo Donzelli foi nomeado para, junto com a Chefia de Gabinete, ser também o Secretário de Planejamento da Prefeitura.
Para que ter um secretário exclusivo se as decisões são tomadas no Gabinete do Prefeito, ou seja, por ele mesmo?
Com isso, o plano elaborado para colocar Gilson de Souza na Prefeitura voltou a funcionar: Gilson faz política e Orivaldo toca, no seu ritmo, a administração, desde que não contrarie as nomeações, que é realmente o que importa.
O governo Gilson de Souza perdeu qualidade ao perder nomes expressivos como Sebastião Ananias, nas Finanças; Wanderley Cintra Ferreira, na Emdef; Silma Alcântara, na Educação; Rosaura Zucollo, em Serviços e Meio Ambiente; Luiz Pinheiro Sampaio, na administração; Virgínio Reis, no Planejamento; Realindo Junior, na Coordenadoria da Habitação, e outros mais.
Com isso a cidade segue sua rotina aos trancos e barrancos e as promessas de campanha ficaram apenas nas promessas.