Com detalhes no dia a dia, é possível criar filhos independentes e criativos

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  • Publicado em 20 de setembro de 2018 às 22:02
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:01
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Especialista diz ser importante deixar crianças e jovens fazerem escolhas simples, como a roupa que vestirão

Criar os filhos para o mundo é dar a eles as ferramentas para se virarem sozinhos em quaisquer situações. É claro que todos os pais estarão prontos para ajudar seus filhos, mas desde cedo as crianças já podem executar tarefas que revelem a capacidade que elas têm de achar soluções. “Educar crianças e jovens a serem independentes é deixá-los fazerem escolhas simples, como a roupa que quer vestir, a cor preferida para seus objetos. Disponibilizar aos filhos o direto de escolha, mesmo depois de orientá-los sobre as consequências, é prepará-los para se sentirem responsáveis por seus atos”, observa a psicóloga Lourena Luz.

Lourena diz que educar crianças e jovens a serem independentes é deixá-los fazerem escolhas simples

Isso é importante porque crianças descobrem coisas novas o tempo todo. Deixar que elas explorem suas habilidades e não se acostumem a ter tudo na mão é fundamental para o desenvolvimento da autonomia. Por isso, permita que seu filho tente fazer coisas simples sozinho, como amarrar o tênis, escovar os dentes ou comer. Se ele mostrar dificuldade ao abrir uma bala, por exemplo, não interrompa: deixe que ele continue até conseguir. Isso faz parte do aprendizado.

É isso o que procura fazer a bancária Márcia Medina Lim. Mãe de Lucas, 12 anos, Laís, 10 anos e Luís Henrique, seis anos, ela é um exemplo de como esse processo pode começar cedo e como respeitá-lo. “Um dia cheguei na sala e meu filho caçula, que na época tinha dois anos, estava sentado sozinho comendo. Ele sentiu fome, pediu comida para o irmão mais velho e começou a comer sozinho. É claro que metade da comida estava no chão, a outra metade na boca do cachorro, mas ele estava tentando, se divertindo, e estava tudo bem”, diz.

A psicóloga vai além ao afirmar que as crianças podem aprender tarefas simples de casa, como arrumar a cama, guardar os brinquedos, colocar as roupas no cesto e outras atividades que não as coloquem em risco de se machucar. “Tais tarefas fornecerão a essas crianças habilidades ao se portar em casas de familiares e amigos, bem como para quando for trabalhar e ou estudar. Para os jovens (meninas e meninos) as atividades como cozinhar, limpar e arrumar a casa traz benefícios interessantes para quando eles precisarem morar sozinhos”, destaca.

O estímulo faz diferença

Quando você perceber que a criança atingiu certo nível de aprendizado, instigue que ela vá atrás de novas descobertas. Se o seu filho já consegue amarrar o tênis, proponha que ele comece a vestir o uniforme da escola sozinho. Fazendo isso, você faz com que a criança desenvolva novas habilidades e passe a conhecer suas limitações, além de permitir que ela se torne um adulto criativo. “Não é direcionando pouca atenção que se criam modelos independentes. Também não é superprotegendo que evitarão a infelicidade dos filhos. Lembrando que a superproteção prejudica o desenvolvimento da criança e do adolescente”, salienta Lourena, acrescentando que filhos superprotegidos acreditam que o mundo é um lugar muito perigoso e acabam entrando em contato com vários transtornos ligados à ansiedade, se mantendo mais dependentes de seus pais.

Por isso é importante dar significado e mostrar a importância de cada ato. Trabalhar a autonomia da criança ajudará na sua autoestima. “Não basta ser mãe e pai, mesmo com o cotidiano agitado, todos devem participar da vida de seus filhos. A educação não cabe só à mãe, mas também ao pai. Para educar filhos não existe um manual a seguir, cada filho e cada pai e mãe é um ser singular”, finaliza a psicóloga.

NO FOCO

Lourena Luz – Psicóloga

CRP: 127164

Telefones (16) 9.8100-9461 e 9.8206-8921

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