Com alta de 25% do trigo, preço de pães, massas e biscoitos deve subir até 15%

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  • Publicado em 25 de janeiro de 2020 às 13:01
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:18
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Em março, quando os estoques dos moinhos estiverem mais baixos, novos aumentos devem ser registrados

O valor do trigo aumentou 25% nos últimos 60 dias no país. É um recorde de alta em período de tempo tão curto, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).

Com os consumidores devem se preparar para pagar mais caro por pães, massas e biscoitos. Até porque, em março, quando os estoques dos moinhos estiverem mais baixos, novos aumentos devem vir, o que impactará na inflação.

Com o desequilíbrio internacional entre oferta e demanda, será muito difícil mudar esse cenário no primeiro semestre, acredita o presidente da Abitrigo, João Carlos Veríssimo.

— Se mantiverem patamar de hoje, a expectativa de repasse é de 15%, o que deve ocorrer entre as próximas sete a oito semanas.

Esse descompasso entre oferta e procura é resultado do maior apetite asiático, aliado às perdas nas safras de Austrália e Rússia e ao clima desfavorável nos Estados Unidos e Europa, que está em época de plantio. 

Quem se beneficiou foi a Argentina, principal fornecedora de trigo para o Brasil. Os vizinhos comercializaram 75% da safra recém colhida de 18,5 milhões de toneladas.

Também houve elevação de 26% nos preços nos últimos dois meses, que passaram de US$ 190 por tonelada para US$ 240.

Não bastassem as dificuldades externas, os moinhos brasileiros tiveram o impacto do câmbio, com o dólar em R$ 4,19 (cotação desta sexta-feira, 24), bem acima dos cerca de R$ 4 em novembro.  

*GaúchaZH


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