Cobradores e motoristas vivem sob tensão com assaltos e vandalismo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 12:24
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:32
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Medo de roubos e de represálias de marginais deixam péssimo o clima de trabalho

Cobradores e motoristas convivem com o medo de assaltos (Foto: Felipe Alves - Flickriver)

Antenor (nome fictício) trabalha na Empresa São José há dez anos como cobrador. Ele afirma que todos os dias, ao sair de casa para realizar sua jornada, pensa em parar e mudar de profissão. Isso porque, para ele, cobrador de ônibus hoje, em Franca, representa uma profissão de alto risco e elevado estresse.

O problema mais corriqueiro na vida dos cobradores e também motoristas é o risco de assaltos. Não raro, marginais invadem os ônibus armados em busca de dinheiro fácil, já que não há qualquer tipo de proteção nos veículos, que são de utilização pública.

“Entra jovem e até menino, criança mesmo, dentro dos ônibus ameaçando e exigindo dinheiro. E vamos reclamar para quem? Não tem como a empresa pedir uma viatura ao lado de cada ônibus e ficamos à mercê da própria sorte”, disse. Bairros como Leporace e Aeroporto estariam entre as linhas tido como mais perigosas para este tipo de crime.

Outra ameaça são as represálias de bandidos a alguma ação da polícia. Um caso claro ocorreu nesta quinta-feira, quando um ônibus foi incendiado no Jardim Aeroporto 3. Embora não haja confirmação da polícia, é possível que o ato tenha sido uma resposta à morte de um marginal que participou do latrocínio no dia anterior em confronto com a Polícia Militar.

“É igual quando teve aquelas rebeliões na cadeia, eles entravam e colocavam fogo com ou sem a gente e os passageiros termos saído dos ônibus. São pessoas covardes, que ajudam a infernizar os dias de quem está trabalhando ou voltando para casa”, afirmou o homem.

Atualmente, um cobrador tem vencimento-base próximo ao salário mínimo e recebe um vale-refeição e cesta básica, desde que não tenha faltas. No total, os valores ficam perto dos R$ 1 mil brutos por mês. Os motoristas recebem em média R$ 400 a mais.


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