Cirurgia plástica é alternativa para pessoas com orelhas proeminentes

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de abril de 2019 às 18:56
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:30
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A operação corrige ‘orelhas de abano’, que têm origem genética e atingem de 2% aa 5% da população

Muitas vezes motivada por situações de bullying e problemas com
autoestima, a otoplastia é um dos procedimentos estéticos mais comuns em
crianças e adolescentes.

A cirurgia plástica corrige orelhas de abano, que têm origem
genética e atingem de 2% a 5% da população. Ela pode ser feita a partir dos
seis anos, idade em que as orelhas chegam a quase 100% do tamanho final.
“O primeiro passo é apalpar as orelhas e definir quais estruturas deverão
ser abordadas e quais técnicas serão utilizadas para modelar e buscar o
resultado mais natural possível”, indica Mauro Speranzini, especialista em
otoplastia pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Saúde em dia

Antes de se submeter à um procedimento cirúrgico, é indispensável
ter indicadores de que o organismo está saudável; exames de sangue e até mesmo
de uma avaliação cardiológica são necessários. O histórico de saúde antecipa
possíveis complicações e traz um alerta quanto aos riscos da cirurgia. O
ambiente onde a operação será realizada também merece atenção: é fundamental
que seja feita em um centro cirúrgico estruturado, sendo que os hospitais são
recomendados para crianças menores de 10 anos.

Parar de fumar é outro pré-requisito para quem vai se submeter à
otoplastia. “O cigarro diminui a circulação sanguínea, o que aumenta a
chance de sofrimento e até mesmo necrose da pele”, explica Mauro.

Pós-operatório


O procedimento dura poucas horas e o paciente
recebe alta ainda no mesmo dia. Por dois ou três dias, deve permanecer com o
curativo pós-operatório, popularmente chamado de ‘capacete’, para depois
retirá-lo no consultório. “O retorno às atividades escolares ou
profissionais é possível após dois ou três dias da realização da otoplastia,
porém, nas primeiras semanas, devido ao inchaço e possível arroxeamento do local,
fica evidente a intervenção cirúrgica para os pacientes que não podem
escondê-las com os cabelos, por exemplo”, ressalta o cirurgião. O uso de
faixa compressiva também é indicado por aproximadamente um mês.

“Nos primeiros dias do pós-operatório, deve-se evitar
alimentos que necessitem mastigar muito, pois o movimento das mandíbulas pode
causar desconforto nas orelhas. É normal sentir uma dor leve ou moderada. Caso
ocorra, os analgésicos prescritos darão conta de controlá-la sem
dificuldades”, diz Mauro.
O procedimento é feito pela parte de trás da orelha, então as cicatrizes são
praticamente imperceptíveis. O resultado da otoplastia já fica evidente logo ao
final da operação. No entanto, como a região fica inchada nos primeiros dias, a
aparência definitiva poderá ser analisada entre o primeiro e segundo mês após a
cirurgia.

Risco de nova cirurgia


Estatísticas médicas indicam que entre 10% e 15%
dos pacientes precisam refazer a cirurgia em algum momento da vida, por conta
do retorno parcial ou total da orelha à posição original. No entanto, não são
todas as cirurgias que podem ser reparadas. “Retiradas excessivas de
tecido como a pele e a cartilagem podem ser de difícil ou até mesmo impossível
reposição. Da mesma forma, agressão à cartilagem pode deixar sequelas
irreparáveis”, adverte Mauro. Apesar disso, os casos de recidiva estão em
declínio, principalmente por conta de novas técnicas de operação que garantem
um resultado definitivo no primeiro e único procedimento.

Onde procurar atendimento


De acordo com o Ministério da Saúde, “o
Sistema Único de Saúde (SUS) não contempla procedimentos de cirurgia
estética”.

O paciente pode receber auxílio na rede pública em casos mais graves, anomalias
de posição da orelha e outras deformidades. O atendimento inicial é feito na
Atenção Básica, em Unidades Básicas de Saúde (UBS). Caso o médico julgue
necessário, o paciente é encaminhado para a Atenção Especializada.


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