Cidades pequenas têm melhor desempenho em índice econômico da Firjan

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de novembro de 2019 às 12:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:59
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Do total de municípios analisados, 47% estão em situação crítica de gestão fiscal e investe muito pouco

EditFábrica da Embraer em Gavião Peixoto, interior do Estado de São Paulo

Dentre 5.337 municípios analisados, Costa Rica (MS), Gavião Peixoto (SP), São Pedro (SP) e Alvorada (TO) foram os únicos que receberam notas máximas em todos os indicadores do Índice de Gestão Fiscal da Firjan (IFGF). 

IFGF Autonomia, IFGF Gastos com Pessoal, IFGF Liquidez e IFGF Investimentos são indicadores que compõem o estudo que tem como base os dados fiscais oficiais de 2018 e foi divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Do total de municípios analisados, 47% estão em situação crítica de gestão fiscal e usam menos de 3% do orçamento em investimentos. Apenas 419 municípios, cerca de 15% das cidades, usaram mais de 12% da receita total em investimentos.

“O [topo do] ranking este ano surpreendeu porque teve a presença de municípios pequenos e grandes, o que é positivo, porque acaba com a ideia de que município pequeno não consegue gerir bem o seu orçamento”, destacou a analista de estudos econômicos da Firjan, Nayara Freire.

A analista enfatizou que no caso de Alvorada, a prefeitura reduziu gastos, entre eles, os de aluguel de veículos. As quatro cidades apresentam menos de 30 mil habitantes e se destacam principalmente pelo agronegócio e pelo potencial turístico.

“Essas prefeituras, mesmo tendo passado por um período longo de queda de receita, conseguiram se adaptar ao cenário”, disse.

A analista chamou atenção para o fato de esses municípios terem conseguido o resultado apesar da crise econômica.

Mesmo em situação de crise, esses municípios conseguiram administrar de forma eficiente. Cortar custos que fazem diferença no orçamento, conseguir destinar um pouco mais de recursos, usar de outras medidas políticas para arrecadar mais. 

“Então, nesses municípios, os gestores foram mais conscientes e não penalizaram tanto em investimento. Conseguiram administrar de forma mais eficiente a alocação dos recursos”, apontou.

Para Nayara Freire, entre as medidas políticas que podem ser adotadas pelas prefeituras para aumentar a arrecadação está a melhoria na estrutura de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). 

“Tem muito município no Brasil que não tem estrutura de IPTU e de ISS. Cortar custos como deixar de ter um veículo, e achar que alugar tem custo menor. Todas essas medidas que parecem pequenas tem resultado significativo no orçamento”, acrescentou.

Capitais

Entre as capitais, os destaques ficaram com Salvador (BA), em primeiro lugar, com nota máxima em três indicadores, sendo a exceção em Investimentos e em segundo lugar Rio Branco (AC), que teve nota máxima em Liquidez. 

Nos últimos lugares do ranking de capitais, ficaram o Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA). Os dois até conseguiram nota máxima em Autonomia, mas não passaram de zero em Liquidez.

“As capitais, que podem ser colocadas no grupo de municípios grandes, penalizaram mais os investimentos que o restante do país. 

“Ser município grande não significa ter uma gestão fiscal eficiente, a gente está em um cenário de grandes questões estruturais, que têm atingido todos os portes de município e potencializado as más gestões”, afirmou.

(Agência Brasil)


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