Casos de hepatite A crescem 73% no Brasil puxados por alta em SP

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de julho de 2018 às 16:59
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:51
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Dos 2.086 casos registrados em todo o país, 1.108 ocorreram no estado de São Paulo em 2017

O Brasil apresentou uma alta
de 73% nos casos de hepatite A em 2017 em comparação ao ano anterior. Foram
2.086 casos confirmados da doença, contra 1.206 em 2016.

O estado de São Paulo puxou
esse crescimento nos números, segundo o boletim divulgado pelo Ministério da
Saúde nesta quinta-feira, 05 de julho, e representou 53% das infecções –
foram 1.108, sendo que 701 ocorreram na capital paulista.

Os dados são referentes a
2017, mas a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo começou em maio neste
ano uma campanha para combater a hepatite A – 80% dos pacientes da doença são
homens. Entre os casos de 2018, 36% foram adquiridos por contato íntimo.

Entre janeiro de 2016 e abril
de 2017, a capital paulista registrava uma média de cinco novos casos de
hepatite A por mês. Em maio do ano passado, o número triplicou e atingiu o pico
de 156 notificações em julho de 2017.

A vacina de hepatite A está disponível pelo Sistema
Único de Saúde e a recomendação de aplicação é para crianças de um a quatro
anos de idade, além de pessoas vivendo com hepatites B, C ou HIV. A novidade,
para a capital paulista neste ano, foi a inclusão de gays, trans, travestis e
homens que fazem sexo com outros homens.

O tipo A
da doença, no entanto, sempre concentrou mais casos nas regiões Norte e
Nordeste do país. Juntas, elas representam 56,2% das infecções confirmadas
entre 1999 a 2017. O Sudeste, neste apanhado de mais de 15 anos, tem 17,1% dos
registros.

Apesar do crescimento dos
casos do tipo A, o maior número de notificações ainda é de hepatite C, que
apresentou 11,9 casos para cada 100 mil habitantes, com 24.460 pessoas
infectadas. No total, foram 40.198 registros de hepatites virais (A, B, C e D)
em 2017.

Histórico de hepatites no país

Ao longo da história, a
hepatite B foi o tipo com maior número de registros no país, com 37,1% das
infecções, seguida pela hepatite C, com 34,2%, e da A, com 28%. A hepatite D
apresentou poucos casos no Brasil, apenas 0,7% do total.

A
distribuição dos casos varia entre as regiões. O Nordeste apresenta a maior
proporção das infecções pelo vírus A (30,6%). No Sudeste está maior
concentração do tipo B e C, com 35,2% e 60,9% dos casos registrados.


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